Colossos também se abatem
O treinador do Sagrada Esperança, Roque Sapiri, ao apelar aos seus jogadores ao espírito de entrega aos treinos; ao mobilizar apoios da direcção do clube e adeptos, ao dar, enfim, também força ao Petro de Luanda no sentido de não se ver o Zamalek do Egipto e o Wyadd Casablanca como dois velhos "clientes" das provas promovidas pela Confederação Africana de Futebol (CAF), com quase tudo ganho à partida, mostrou que é um timoneiro destemido.
Teoricamente estas duas formações forasteiras enquadradas no grupo onde cruzam com os nossos embaixadores - Sagrada Esperança da Lunda Norte e o Petro de Luanda - conforme bolas saídas da "roleta", terça-feira, no Cairo, só são isto mesmo: meras favoritas de nome.
Afinal costuma ser no terreno do jogo onde tudo se corporiza, onde se concretizam vaticínios abonatórios, umas vezes confirmando-se os alvitres, noutras derrubando-se vantagens platónicas a conjuntos supostamente fortes, um rótulo que leva o Zamalek do Egipto, só porque é um velho “colosso” do futebol africano.
Não se vai rebobinar aqui a sua história de conquistas e outros feitos, mas já há referências recentes de que não é mais o todo-poderoso. Na edição 2020-2021 caiu aos pés, já na final, do Esperance de Tunis, outro suposto grande Golias do futebol africano.
É por isso que o Sagrada e o Petro devem ver esta última desdita do Zamalek e tê-lo como um adversário que também reentra este ano com a avidez de terminar o torneio em beleza, mas sem pensar que já há favas contadas.
Na sua derradeira façanha o Zamalek despachou em Alexandria o campeão queniano, Tusker FC, por 4-0, e, depois, por 1-0, em Nairobi, perfazendo um agregado de 5-0. Isto significa já sinal de favas contadas? Claro que não.
E o mesmo se indaga em relação ao "gigante" marroquino Wydad. Pode desde já esfregar as mãos de contente por este ano estar a ver de longe Al Alhy do Egipto, adversário que sempre se postou a sua frente como grande percalço nas fases de grupos, e sorrir só porque lhe calhou o Sagrada e Petro?
Bom, o Wydad de Casablanca entrou para a fase de grupos com "louvor". Perdeu fora de portas para o Hearts of Oak (1-0), em casa, mas deu a volta à desvantagem por exorbitantes 6-1 no lombo do adversário. Só que uma vez não são vezes!
A pensar nisso, o Sagrada e Petro devem estar unicamente sobreavisados. Aliás, o Petro até conhece nomes e rostos desta equipa que ainda a defrontou, no Grupo C, em 2021, onde terminou terceiro.
Mesmo o Sagrada de Roque Sapiri, que só em 2006 logrou o direito de representar Angola na mais alta roda do futebol africano, sabe que se jogar destemida, taco a taco, ainda que “coma relva”, não vai defraudar. Os jogos da fase de grupos, que serão a doer, ocorrerão apenas entre os dias 11 e 12 de Fevereiro já depois do CAN dos Camarões de 9 de Janeiro a 6 de Fevereiro. Até lá há , portanto, tempo para tecer ardis e arrumar estes dois “colossos” de...só ouvir falar. O que valerá é conferir desfechos de jogos jogados.
costuma ser no terreno do jogo onde tudo se corporiza, onde se concretizam vaticínios abonatórios, umas vezes confirmando-se os alvitres, noutras derrubando-se vantagens platónicas