A horas da transição
Abeiramo-nos, daqui a horas, à entrada do novo ano, que marca acima de tudo um fim e ao mesmo tempo um novo começo, em que as pessoas, via de regra, pretendem que a dupla faceta da mesma moeda termine bem. Ou seja, as pessoas pretendem, independentemente do balanço positivo ou negativo que façam, que o que está a terminar cesse bem, na mesma medida em que anseiam que o que vai começar chegue igualmente bem. E para o bem venha o novo ano, essa é claramente a perspectiva de todos os angolanos.
Um novo ano é sempre motivo para formular novas metas, enquanto parte irremediável do ciclo da vida, é sempre ocasião para corrigir o que herdado do ano passado continua em execução e, acima de tudo, continuar a viver e preferencialmente com saúde.
É verdade que estamos prestes a encerrar um ano que fica para trás com tudo o que de bom e mau trouxe, mas obviamente que o mais importante, como parece recomendável, consiste em olhar para frente.
O ano de 2022 aproxima-se, também é verdade, com os seus desafios e para os quais as angolanas e os angolanos deverão estar preparados, a começar invariavelmente, pela forma como vamos lidar com a Covid-19, nas suas múltiplas implicações.
Embora tenhamos ainda muito poucas informações sobre a nova estirpe da pandemia, não há dúvidas de que os últimos dias de 2021 estão a ser de profundas incertezas relativamente ao impacto da Covid-19 nas nossas famílias. Um dos desafios imediatos do novo ano começa com a indefinição quanto ao recomeço do Ano Lectivo em curso, sobre o qual há já vários pronunciamentos sobre a extensão ou não da data de reinício, no mês de Janeiro, portanto, na próxima semana.
Atendendo aos desafios ao nível da Saúde, importa que tenhamos igualmente em linha de conta que um dos crónicos problemas que acabam por multiplicar as dificuldades é precisamente a questão do saneamento básico. Enquanto continuarmos a minimizar os efeitos do saneamento, muitas vezes a partir de casa, da rua, beco, ruela ou da comunidade, sempre na perspectiva de o problema ser dos outros e não nosso, dificilmente teremos soluções eficazes contra o lixo, por exemplo.
A ideia avançada em tempos sobre a eventual revitalização das comissões de bairro pode ser uma saída no sentido de resgatar, se possível, a ideia de pertença, de necessidade de dedicação ao bairro e outras iniciativas que enaltecem o espaço comum.
O trabalho, nas suas mais variadas matrizes, deve continuar a ser uma aposta, daqueles que se encontram empregados, porque apenas com os nossos afazeres poderemos contribuir para o processo de criação de riqueza.
Para que 2022 se transforme num ano bom para todos nós, uma das receitas, aparentemente simples e fáceis de materializar, passa por sermos bons cidadãos.
Numa altura em que nos aproximamos das poucas horas que nos separam de 2022, o Jornal de Angola augura a todos os angolanos, de Cabinda ao Cunene e na diáspora, uma passagem de ano pacífica, saudável e carregada de esperança. Nestas poucas horas que faltam para a transição, que se cultive a moderação no consumo e que enfatize os valores da sã convivência em família e em sociedade.