Unitel se antecipa à concorrência 5G e quer esforços contra riscos
A digitalização da economia nacional, a aplicação das novas tecnologias na telemedicina e a inserção do maior número de cidadãos no sistema formal do mercado constituem as principais vantagens do lançamento da tecnologia da “quinta geração”
O director-geral adjunto da Unitel, Amilcar Safeca, reiterou quinta- feira, em Luanda, a necessidade de uma conjugação de esforços entre as várias instituições, no sentido de se mitigar os riscos e os desafios ligados ao uso da Internet por segmentos que visam causar danos económicos e sociais.
Em declarações aos jornalistas, no acto de lançamento da tecnologia 5G (cinco gigas), o responsável disse que os aspectos ligados à literacia representam uma preocupação em todos os países e que a Unitel tem procurado explicar, na medida do possível, a melhor forma de utilização dos vários equipamentos, mas destaca ser imperioso o envolvimento de outros actores.
“A Unitel deu o seu contributo para a evolução das tecnologias em Angola, assim como outros partícipes. Actualmente, quase toda a gente usa redes sociais, se comunica por via de “n” aplicações, coisa que ninguém fazia, há dez anos atrás”, referiu.
Com estas aplicações, disse Amilcar Safeca, naturalmente surgem vários riscos, sejam pessoais, questões ligadas à protecção de dados, invasão de privacidade que não devem ser abordadas apenas no âmbito da literacia, mas por outras instituições, essencialmente as de ensino, educação e outras vocacionadas para intervir neste campo. “É um desafio que não se circunscreve à Angola e no continente africano, mas se observarmos ao nível da Europa e Ásia, é um desafio constante”, observou.
Questionado sobre os preços praticados, Amilcar Safeca disse que o custo do acesso à Internet em Angola baixou significativamente nos últimos anos, “pelo que, se fizermos uma comparação com aquilo que se pagava há 10 anos, verifica-se uma redução significativa de preços, na medida que muitas informações veiculadas são extemporâneas”.
A Unitel lançou neste e no ano passado vários pacotes bonificados para os seus clientes, que estimularam fortemente a utilização de dados. “Posso dizer que, nos últimos 12 meses, o volume de dados que os nossos clientes usam quase que duplicou e isso só foi possível, porque, efectivamente, o preço que as pessoas têm que pagar é mais baixo hoje”, avançou.
Quanto à situações decorrentes de alguns cortes inerentes a obras que se executam na via pública e vandalismo, que têm perturbado em certa medida a qualidade dos serviços da operadora, Amilcar Safeca sublinha que “temos montadas as nossas redes com maior capacidade de resiliência, para que não sejam muito afectadas com esse tipo de situações, algo que fica reforçado pelo facto de a rede 5G assentar, essencialmente, na fibra óptica”.
Segundo Amilcar Safeca, a entrada de novas operadoras no mercado é um desafio importante para a Unitel, já que todos deverão estar preparados para competir na prestação de serviços de melhor qualidade aos clientes. “Pois, havendo concorrência numa base sã e com boas práticas no mercado, saem os clientes a ganhar, tal como se espera venha acontecer em Angola”, concluiu.
Ensaio 5G
A Unitel S.A. (Angola) e a Ericsson (Nasdap: Eric) tiveram sucesso na primeira chamada de dados da “Quinta Geração” em Angola, utilizando um espectro de banda média alocado de 3,5 GHZ.
A infra-estrutura do espectro 5G utilizado é suportada por tecnologias de “Core” e Acesso de Rádio 5G Ericsson, para redes NSA (Non Stand Alone). Estas soluções permitem um rápido lançamento no mercado do espectro 5G, aproveitando a infra-estrutura de rede existente e concentrando-se na banda larga móvel, aprimorada para fornecer maior largura de banda de dados e conectividade.
Esta implementação deve mostrar o enorme potencial que o 5G tem, para colmatar o fosso digital em Angola.
Nos últimos 12 meses, o volume de dados que os nossos clientes usam quase que duplicou e isso só foi possível, porque, efectivamente, o preço que as pessoas têm que pagar é mais baixo, hoje