Jornal de Angola

Petróleo entra com o maior ganho anual desde 2016

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Os preços do petróleo caíram ontem, mas devem registar os seus maiores ganhos anuais desde pelo menos 2016, impulsiona­dos pela recuperaçã­o económica global, após quedas sucessivas, agravadas pelos efeitos da pandemia da Covid-19 e pela contenção dos produtores, mesmo com as infecções a atingir níveis recordes ao redor do mundo.

Os futuros do petróleo Brent caíam 1,5 por cento para 78,33 dólares o barril, enquanto os futuros do petróleo West Texas Intermedia­te (WTI) caíam 1,7 por cento para 75,72 dólares o barril.

O preço do barril de petróleo Brent, para entrega em Fevereiro, fechou quinta-feira, 29, no mercado de futuros de Londres, em 79,32 dólares, mais 0,11 por cento do que no final da sessão anterior.

O crude do Mar do Norte, que serve de referência na Europa, terminou o dia no Internatio­nal Exchange Futures com uma ligeira subida de 0,09 dólares em comparação com a última negociação, quando encerrou em 79,23 dólares.

Com esse passo, o Brent fecha o ano com uma alta de 51 por cento, o seu maior ganho desde o ano de 2016, enquanto o WTI corre para um ganho de 56 por cento, o maior desempenho para o contrato de referência, desde 2009, quando os preços subiram mais de 70 por cento.

Pico em 2021

Ambos os contratos apenas atingiram o pico de 2021 em Outubro, com o Brent em 86,70 dólares o barril, o maior desde 2018, e o WTI em 85,41 dólares o barril, o maior desde 2014.

“Tivemos Delta e Ómicron e todos os tipos de lockdowns e restrições de viagens, mas a procura por petróleo permaneceu relativame­nte firme”, segundo comentário­s do chefe da correctora australian­a Commsec, Craig James.

“Você pode atribuir isso aos efeitos do estímulo, apoiando a procura e às restrições de oferta”, notou.

Depois de subir por vários dias consecutiv­os, os preços do petróleo estagnavam com os casos de Covid-19, atingindo novas máximas em todo o mundo, por conta da variante do coronavíru­s Ómicron, altamente transmissí­vel.

Uma pesquisa da Reuters, com 35 economista­s e analistas, previu que o petróleo Brent venha a ter, este ano (2022), uma média de 73,57 dólares o barril, cerca de 2,00 por cento abaixo do consenso de 75,33 dólares em Novembro.

Até aqui, é a primeira redução na previsão de preços para 2022, desde a pesquisa de Agosto.

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