Autor critica escolhas de alguns profissionais
Alberto Salembe, professor de Língua Portuguesa e coautor do livro “Os segredos que as escolas não ensinam”, considerou ontem, em Luanda, que o país tem inúmeros profissionais, em várias especialidades, que são infelizes por escolherem profissões erradas.
Em declarações ao Jornal de Angola, a propósito do lançamento do referido livro, Alberto Salembe considerou ser infelicidade trabalhar numa área que nunca se tinha gostado. “Por isso, se vê nos hospitais médicos a olharem ao doente não como paciente, mas sim como cliente, porque, muitas vezes, não atendem sem dinheiro”, lamentou.
O livro publicado, explicou o autor, consiste num olhar atento sobre o processo de ensino e de aprendizagem, iniciado em 2016, no qual Alberto Salembe incluiu seminários e palestras.
Para o autor, existem muitas coisas que a vida pede e a escola, infelizmente, não ensina. Uma delas é como descobrir a razão da existência humana na terra.
“Dentro do processo de ensino e aprendizagem é interessante que a pessoa saiba primeiro a razão de estar aqui na terra, para poder fazer o por que nasceu, para ser e não o que dá para ser”, enfatizou.
Um outro elemento essencial que as escolas deixam de ensinar é a questão de como falar em público. Na escola, disse, o aluno é solicitado a opinar, a defender trabalhos de fim de curso, mas, infelizmente, não é ensinado a fazê-lo.
As formas de obtenção de renda é outro capítulo que a escola não ensina. “Nem a família nem a escola instruem neste sentido”, destacou, além de criticar o programa do Ministério da Educação para os alunos reprovados.
“Geralmente, estes alunos que reprovam acabam por ficar um ano em casa. Os mesmos sofrem chacota de todos”, disse.
Alberto Salembe considera, por isso, fundamental haver uma orientação vocacional. “Na nona classe, o aluno deve se submeter a isso, para saber se, no ensino médio, vai seguir o quê? O processo deveria se repetir na 12ª ou na 13ª, assim como no fim do ensino superior. Seria uma forma de saber qual a vocação destes”, sugeriu.