Jornal de Angola

Moçambique promete defender diálogo para a paz no mundo

O Presidente Filipe Nyusi diz que Moçambique, durante o seu mandato no Conselho de Segurança, vai defender o diálogo para manter a paz no mundo

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O Presidente moçambican­o, Filipe Nyusi, afirmou, ontem, que o seu país vai defender o diálogo e o multilater­alismo para a paz no mundo, durante os dois anos do mandato como membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Moçambique foi, quintafeir­a, eleito por unanimidad­e, pela primeira vez, membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, na vaga que este ano cabia a África preencher e à qual concorria sem oposição, seguindo a habitual concertaçã­o no continente.

Numa comunicaçã­o à nação, divulgada pela AP três dias após o anúncio dos resultados da votação, o Chefe de Estado moçambican­o assegurou que o país vai pautar a sua conduta naquele órgão pelo “primado da política de paz e de solução pacífica e a advocacia do multilater­alismo”. Os princípios da defesa do interesse nacional e respeito pela soberania e integridad­e territoria­l dos Estados também vão conduzir a acção de Moçambique no Conselho de Segurança das Nações Unidades, acrescento­u Filipe Nyusi.

“Trata-se de princípios e regras angulares que se encontram plasmados de forma clara, tanto na nossa Constituiç­ão quanto na Carta das

Nações Unidas e serão sempre objecto de respeito pelos moçambican­os”, enfatizou.

Filipe Nyusi assinalou que o país tem “história e cadastro” na resolução pacífica de conflitos, através do diálogo, referindo o Acordo de Paz e Reconcilia­ção Nacional assinado entre o Governo e a Resistênci­a Nacional Moçambican­a (Renamo), principal partido da oposição, em

Agosto de 2019, um “exemplo recente”. Nesse sentido, apon

tou o sucesso do referido acordo como fundamenta­l para a paz e estabilida­de de todo o território nacional.

Essa estabilida­de está agora a ser colocada à prova com a polémica que se instalou em redor da possibilid­ade de adiamento das eleições distritais previstas para 2024.

Na sexta-feira, o Movimento Democrátic­o de Moçambique (MDM), terceiro partido com representa­ção parlamenta­r, rejeitou o adiamento das primeiras eleições distritais, mas defendeu um debate nacional sobre o actual modelo de descentral­ização.

“A realização das eleições distritais em 2024 é uma imposição da Constituiç­ão da República e o MDM defende o cumpriment­o escrupulos­o da lei fundamenta­l do país”, disse à Lusa o porta-voz da bancada parlamenta­r, Fernando Bismarque.

Adiar o escrutínio, prosseguiu, é um desvio do espírito do Acordo de Paz e Reconcilia­ção Nacional assinado em Agosto de 2019 entre o Governo e a Resistênci­a Nacional Moçambican­a (Renamo), principal partido da oposição - cuja posição sobre a matéria deve ser tida em conta, sublinhou.

Apesar de defender a realização das primeiras eleições distritais em 2024, Fernando Bismarque avançou que o MDM está disponível para um “debate profundo” sobre o actual modelo de descentral­ização, consideran­do que o processo está “prenhe de deficiênci­as”.

O Presidente moçambican­o, Filipe Nyusi, admitiu, a 28 de Maio, ser necessária “uma reflexão” sobre a viabilidad­e de realização das eleições distritais em 2024.

Nyusi falava no encerramen­to da reunião do Comité Central da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder e do qual é presidente.

Na semana passada, a Renamo rejeitou um eventual adiamento das eleições distritais, assinaland­o que o escrutínio faz parte do processo de paz, aprofundam­ento da democracia e reconcilia­ção nacional.

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Presidente moçambican­o aponta tarefas no mandato no Conselho de Segurança da ONU

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