Jornal de Angola

Franceses escolhem os deputados

Franceses vão às urnas na primeira volta das eleições legislativ­as, cujo resultado tem potencial para afectar o segundo Governo do Presidente Emmanuel Macron

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Os franceses são hoje chamados às urnas na primeira volta das legislativ­as para escolher os candidatos que vão preencher os 577 lugares da Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento numas eleições marcadas pelas dissidênci­as ao centro, esquerda e extrema-direita, segundo a Lusa.

Desde 2002, quando os franceses reduziram o mandato do Presidente de sete para cinco anos, as eleições legislativ­as são realizadas nas semanas seguintes à eleição presidenci­al. Como resultado dessa regra, elas acabaram sendo ofuscadas pelas eleições presidenci­ais, de acordo com a DW.

As eleições legislativ­as ocorrem a nível nacional, mas são as autoridade­s locais que a organizam. Os candidatos não são escolhidos a partir de uma lista, mas sim directamen­te pelos respectivo­s distritos eleitorais.

Há 577 assentos disponívei­s, incluindo 11 para cidadãos franceses no exterior. O partido de Macron, junto com seus aliados da coligação, detém actualment­e uma maioria absoluta de 345 assentos.

Na primeira volta da votação, um distrito eleitoral é considerad­o ganho se um candidato receber a maioria absoluta dos votos dados e ao mesmo tempo o apoio de pelo menos 25 por cento dos eleitores aptos a votar. A história mostra que isso ocorre em apenas alguns dos 577 distritos eleitorais.

Após a primeira volta das eleições gerais de 2017, apenas quatro assentos haviam sido determinad­os. Um

cenário semelhante é esperado nesta eleição.

O futuro da Assembleia Nacional só será conhecido após a segunda volta do escrutínio, já no próximo domingo, quando as eleições desta etapa serem realizadas nos distritos eleitorais que ainda não tiverem sido decididos.

Factor das dissidênci­as

Observador­es da cena política francesa estimam que se o Presidente Emmanuel Macron conseguir superar os desafios impostos pela esquerda e pela direita, a sua aliança de centro pode seguir com a maioria dos assentos.

Caso a c o l i g a ç ã o d e Governo não consiga obter

a maioria, ele poderá ser obrigado a f ormar uma aliança com partidos à direita. Uma nova coligação pode levar à saída de alguns membros do Executivo, apesar de uma recente remodelaçã­o após as eleições presidenci­ais.

Jean-luc Mélenchon, o líder da oposição de esquerda A França Insubmissa, encetou uma campanha na tent at i va de convencer os eleitores a rejeitarem o partido de Macron, A República em Marcha, e votarem pela chamada “coabitação”. Na política francesa, isso significa que a maioria parlamenta­r é de um partido diferente do Presidente.

A extrema direita francesa,

liderada por Marine Le Pen, é representa­da pelo Reagrupame­nto Nacional. Le Pen ficou em segundo lugar nas eleições presidenci­ais francesas e espera capitaliza­r este sucesso.

O tradiciona­l partido de direita, Os Republican­os, juntamente com o partido de esquerda, o Partido Socialista, também esperam se recuperar das derrotas recentes.

Na quinta-feira, Macron disse que havia muito em jogo nas legislativ­as e pediu que os eleitores franceses evitem “extremos” que levariam o país de “crise a crise”. Os resultados da primeira volta devem ser divulgados por volta das 20h00 locais de hoje.

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DR Emmanuel Macron avisa que nestas eleições “há muito em jogo” e pede que se evitem extremos

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