“Lubamba”, tema ausente
Desde Fevereiro do ano passado que Mangwana tem divulgado o álbum “Lubamba”, do qual o tema que dá titulo ao álbum e “Juventude Actual” são os mais executados. Nas duas noites “Lubamba”, um t ema que exorta ao trabalho e à unidade nacional, ficou de fora. Melhor sorte teve “Juventude Actual”, uma parceria entre Dodó Miranda e Adão Filipe em que se aconselha os jovens a mudarem de comportamento. Rigoberto foi chamado a solar o que Manu Dibango fez ao saxofone, num momento que suscitou muitos aplausos. Sankara também fez maravilha na guitarra.
O patriota não populista
O lado patriota e intervencionista de Sam Mangwana esteve presente em “Querida Pátria”, “Morena” e “Tio António”, canções que apelam ao nacionalismo mas que, de forma inteligente, fogem aos clichês panfletários e populistas muitas vezes aproveitados pelos políticos. Em “Pátria Querida”, Angola é tratada como uma bela mulher aconselhada a não desbundar. Outro tema na mesma senda é “Morena”, que fala do guerrilheiro apaixonado nas matas, na frente de combate a suplicar pelo amor da companheira.
Para fechar o concerto, que contou a história de vida de Sam Mangwana, foi escolhida a música dançante e popularíssima “Tio António”, em que se relaciona a vida de um estudante no Zaíre e a época de férias em Angola. O mote do tema é a verdadeira história por ele vivida em 1968.
Fizeram parte da Banda Show do Mês, nos coros, o trio Mila, Raquel Lisboa e Neide. Berlin mostrou segurança no baixo e Sankara quase superou Lokassa Ya Mbombo na guitarra. Omar, baterista de 18 anos, não decepcionou, assim como Yanick na percussão ligeira. A banda teve a direcção artística de Benny Makanzo, que esteve nos teclados. Nos sopros, o trio foi composto por Rigoberto ( saxofone), Tchinguma ( t rompete) e Efraim La Tromba (trombone). Os rejuvenescidos Teddy Nsingui e Xiko Santos, na guitarra e nas congas, completaram a formação, proporcionando a passagem de testemunho que, de forma indelével, a Nova Energia com o Show do Mês tem proporcionado.