Angonabeiro quer recuperar posição-líder do café angolano
Parceiros trazem ao debate a perspectiva económica, cultural e saúde do "bago vermelho"
A Angonabeiro está focada em contribuir para aumentar a produção e apoiar Angola no processo de recuperação da posição de líder mundial na produção de café de alta qualidade, segundo o director-geral.
Nuno Moínhos explicou que estão, desde sempre, empenhados no desenvolvimento do café em Angola e em assegurar que os consumidores entendam que o café faz bem à saúde.
"Com esta iniciativa pretendemos reforçar esses benefícios, não só para a saúde, mas também para a economia angolana, bem como divulgar a história do café, e enaltecer a importância da cultura e da arte”, disse.
A Angonabeiro e o Camões - Centro Cultural Português (Camões-ccp), com a colaboração da AM-ARTE promovem, até a manhã, o "Espaço Café", conjunto de iniciativas em torno da história e dos benefícios do café, incluindo exposições e debates. A inauguração do "Espaço Café" teve uma mesa-redonda sobre ‘Mitos e Benefícios do Café para a Saúde’, com a moderação do economista e jornalista Carlos Rosado Carvalho. O painel contou com as intervenções de Luzia Guimba Rodrigues, médica especialista em Medicina Interna, no Hospital do Prenda, o instrutor de fitness e apresentador de Tv Bruno Samora, a consultora de imagem e comunicação Mell Chaves, que é também influenciadora Delta Q e Café Ginga, bem como Pedro Romão, barista Academy by Delta Cafés.
Todos foram, cada um na sua área de actuação, unánimes em assegurar que o
café é saudável e que há à volta dele muito mito.
Na mesa-redonda, sob a temática ‘O Café na Economia Angolana’, Nuno Moínhos, director- geral da Angonabeiro, Lara Proença, da direcção de Cooperação Internacional do Ministério das Relações Exteriores; Louis- Antoine Souchet, director da Agência Francesa de Desenvolvimento, e Vasco António, director-geral do Instituto Nacional do Café (INCA) também indicaram o peso do café, enquanto commoditie e sua posição estratégica nas economias com forte potencial agrário.
Segundo dados do INCA, por exemplo, o café é responsável em Angola por mais de 200 mil empregos.
De acordo com o directorgeral do INCA, Vasco Gonçalves, o país produziu, em 2022, cerca de 5.300 toneladas de café, que resultou na arrecadação de cerca de cinco mil
milhões de kwanzas, mais 5,0 por cento em relação ao ano passado.
Promoção do café
Quanto à "História do Café" feita na exposição que a Angonabeiro trouxe a Luanda, com o apoio do Centro de Ciência do Café, pertencente ao Grupo Nabeiro, em Campo Maior – Portugal, tratam-se de sessões multidisciplinares, integradas por distintos conteúdos: projecção de vídeo lenda de Kaldi; parede com mapa dos maiores produtores de café e principais espécies; história do café; ligação do Grupo Nabeiro a Angola; descrição do processo (da cereja até à chávena); makingoff da pintura dos sacos de café de cinco artistas; planta Arábica/ Robusta; benefícios do café (diagrama ‘Da Vinci’ com indicação dos benefícios do café).
Segundo a assessora cultural do Camões - Centro Cultural Português, Sónia Fonseca, “O Espaço Café é um projecto multidimensional que, para além da exploração do Café nas suas vertentes económica, saúde e lifestyle, pode também fazer a ligação ao mundo artístico e cultura”. “Trata-se de uma proposta cultural ‘aromatizada’, e gostaríamos que todos experimentassem”, disse.
O Espaço Café assinala o encerramento do mês do café da Angonabeiro, numa extensão do Dia Internacional do Café, comemorado, anualmente, a 1 de Outubro.