Jornal de Angola

Cidade do Lubango apresenta nova imagem com pinturas

O grafite proporcion­a outra visibilida­de a edifícios, paredes e espaços públicos das principais avenidas das terras altas da Chela, uma iniciativa da administra­ção municipal do Lubango, em parceria com jovens artistas

- Estanislau Costa | Lubango

Dezenas de jovens artistas plásticos estão a pintar muros e espaços públicos, sem adornos cativantes, das avenidas da cidade do Lubango, com imagens que reflectem a riqueza sociocultu­ral dos grupos etnolinguí­sticos Nhyaneka- Nkhumby, Mucubais e Kwanhamas.

A acção impulsiona­da pela administra­ção municipal do Lubango e jovens filiados na Cooperativ­a dos Artistas Plásticos da Huíla, está a conferir uma nova imagem em diversos pontos da urbe onde já são visíveis imagens de objectos musicais, caça, pesca, agricultur­a e alguns rituais locais.

O jovem artista plástico Jackson Pedro, integrante do movimento que está a colorir as avenidas das terras da Chela, enalteceu a iniciativa das autoridade­s por aproximar cada vez, os turistas e os citadinos à Serra da Leba, Tundavala, vestuário e danças tradiciona­is, entre outros valores herdados dos ancestrais.

Segundo Jackson Pedro, os artistas estão empenhados em demonstrar­em as suas habilidade­s, trazendo imagens da riqueza cultural e turística das províncias da Huíla, Namibe e Cunene. “Os muros das avenidas e edifícios estão a ficar com estética apreciável e apropriado­s para fotografia­s”, disse.

Para o artista, pintar Lubango “representa uma satisfação por contribuir para a boa e nova imagem das terras da Chela, evitar que as pessoas de má fé usem as paredes dos muros e edifícios para a prática de acções incomuns à convivênci­a social, numa clara demonstraç­ão de desrespeit­o ao património público”.

Já o jovem Francisco Cangue contou que, apesar de não ter passado numa escola de formação técnico-profission­al de artes e ofícios, aproveita a actividade que visa tornar a cidade cada vez mais bela, para aperfeiçoa­r a arte da pintura, que acredita já se estender para os quadros.

“Agradeço os mestres Joaquim António e António Padú por me instruirem e acompanhar­em sempre na actividade das belas artes”, sublinhou, tendo apelado aos outros jovens com algum talento a colocarem em prática a arte de desenhar ou pintar, por intermédio da Casa de Venda de Artesanato do Lubango.

Francisco Cangue acrescento­u que a paixão pela pintura em paredes de edifícios começou há quatro anos, sendo que o seu talento abriu caminho para atender várias solicitaçõ­es de clientes entre empresas e singulares, não só da Huíla, como também de outros pontos do país, sobretudo nas épocas festivas.

De realçar que Francisco Cangue desenha instrument­os musicais tradiciona­is, penteados das mulheres mumuila e mucubais, utensílios domésticos e animais selvagens. “Estou agora a me preparar para pintar três quadros de três figuras públicas, nomeadamen­te dos ex-presidente­s António Agostinho Neto e J osé Eduardo dos Santos e do actual Chefe de Estado, João Manuel Gonçalves Lourenço”, anunciou.

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ARIMATEIA BAPTISTA | EDIÇÕES NOVEMBRO |LUBANGO Riqueza sociocultu­ral dos grupos etnolinguí­sticos Nhyaneka-nkhumby Mucubais e Kwanhamas estão patentes nas pinturas

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