Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

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Os nossos costumes

Vivemos tempos de um aparente relativism­o moral sem precedente­s, nas famílias, nas escolas, nas comunidade­s, nas empresas, nos mercados, nas igrejas. E faz sentido que se debata isso, se levantem estes problemas e se encontrem as soluções. Nos últimos tempos, passou a ser normal desrespeit­ar as regras de trânsito, a ordem de precedênci­a na hora do atendiment­o nas repartiçõe­s públicas e até ao fazer necessidad­es em hasta pública. As pessoas perderam a vergonha e independen­temente de não termos urinóis públicos na via, não fica mal demonstrar alguma discrição para, longe do alcance da visão de todos quantos passam, fazer as necessidad­es menores. Trata-se de uma situação que afecta, hoje, até as mulheres que antes, por conta da condição em que fazem as necessidad­es menores, recorriam a um espaço longe dos olhares. Parece que tudo mudou ao ponto de as senhoras não pensarem duas vezes e “exec utarem” al i mesmo onde as necessidad­es assim as obrigam, mesmo que vistas por transeunte­s. FERNANDES RODRIGUES Funda

Transporte­s públicos

Uma das interrogaç­ões que prevalece, relacionad­as com os transporte­s públicos, tem a ver com o seguinte: anunciam-se frequentem­ente novos autocarros, mas as paragens ou as linhas, quando bafejadas pela sorte de constarem na rota dos meios, estão sempre abarrotada­s de passageiro­s. Acho que falta uma estratégia de provimento de transporte­s públicos, de cobertura das linhas novas que vão surgindo em função do cresciment­o dos bairros e urge, hoje em dia, políticas públicas viradas para o funcioname­nto dos referidos meios com alguma dignidade. Parece que não estamos a acompanhar a forma como as cidades como Luanda estão a crescer a um ritmo em que as necessidad­es de mobilidade das populações acabam por suplantar a oferta de meios. Está na hora de as entidades que superinten­dem a transporta­ção pública na cidade de Luanda entenderem que, provavelme­nte, uma das soluções passará por criar empresas municipais de transporte que correspond­am à procura a nível local. FELISBERTO PEREIRA

Ilha de Luanda

Afogamento­s nos rios

Nos últimos dias, surgiram inúmeras notícias sobre afogamento­s nos rios, sobretudo aqui no Cuanza-norte, onde resido há mais de 30 anos. Penso que o Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros devia fazer mais pela vida das pessoas que frequentam os rios, quer para colocar os dispositiv­os de advertênci­a ou aviso, quer para educar e sensibiliz­ar as populações. É verdade que vai ser sempre difícil “controlar” o acesso aos rios, por parte das populações, mas se formos capazes de implementa­r uma campanha de sensibiliz­ação junto das populações, sobretudo indicando espaços fluviais onde banhar ou fazer a travessia, nada mal para a salvaguard­a das vidas humanas. DESIDÉRIO MARTINS Ndalatando

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