Jornal de Angola

Lula assume “obrigação moral” de indemnizar os povos indígenas

Presidente eleito do Brasil promete fazer do país um exemplo com políticas de parcerias, em que as pessoas recebam o melhor tratamento do Governo

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O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse ontem ser sua a”obrigação moral, ética e política” de reparar os danos causados aos povos indígenas no Brasil.

Lula fez essas declaraçõe­s durante um encontro com os indígenas de diversos países no Egipto, onde está desde o início da semana a participar da COP 27, evento que discute as mudanças climáticas e os seus efeitos no planeta.

“Nós temos a obrigação moral, obrigação ética, obrigação política de fazer a reparação para o que causaram aos povos indígenas, sobretudo no meu país”, disse Lula.

“Eu tenho o compromiss­o de fazer com que o Brasil possa servir de exemplo com a política de parceria, de uma política em que pessoas não sejam trat adas como de s egunda classe, que não ficassem a receber dádiva do Governo. O que quero é que indígenas brasileiro­s participem da governação do meu país”, completou ele.

Lula criticou ainda, o facto de chefes de governo que comparecem à COP não se reúnem com a sociedade civil e movimentos sociais para discutir acções. Ele também disse que, nas reuniões de representa­ntes de países ricos, os problemas da população mais pobre e vulnerável não são discutidos.

“Eu participei de todas as reuniões do G8 quando fui presidente da República, participei de todas as reuniões do G20 depois da crise de 2008. E a coisa que eu mais sentia é que não se falava dos problemas da sociedade nessas reuniões”, disse o petista, ao se referir aos encontros que reúnem os oito e os 20 países mais ricos do mundo.

“Quando se reúnem os presidente­s dos países ricos, as pessoas pobres não existem, os indígenas não existem, os negros não existem, a periferia não existe. Porque esse não é um assunto levado para a mesa de discussão”, completou.

Lula da Silva propõe COP30 no Brasil

Esta semana, Luíz Inácio Lula da Silva, Presidente eleito do Brasil discursou na COP 27 que decorre em Sharm el Sheikh, Egipto.

Lula agradeceu a oport unidade para marcar presença “no berço da c i v i l i z a ç ã o ” , s e most rando honrado c om o convite que diz ter sido “dirigido ao seu país”: “é o reconhecim­ento de que o mundo tem pressa de ver o Brasil a participar novamente nas discussões sobre o futuro do planeta e de todos os seres que nele habitam.”

O presidente eleito do Brasil criticou os milhões gastos em guerras, alertou para as múltiplas crises actuais que afectam o planeta, com as crescentes tensões geopolític­as ou o risco da guerra nuclear, além da crise energética e alimentar e o aumento das desigualda­des.

Todos os dias, em todo o mundo, “900 milhões de pessoas não t êm o que comer”, sublinhou e acrescento­u que a humanidade vive “tempos difíceis. Mas foi nos tempos difíceis e de crise que a humanidade sempre encontrou forças para enfrentar e superar desafios.”

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DR Lula da Silva disse que a oportunida­de de participar na COP 27 é um sinal que o mundo quer o Brasil nos debates mundiais

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