Pérolas “enjaulam” Leoas e marcam presença na final
Sob batuta de Vivaldo Eduardo, a Selecção Nacional geriu magra vantagem no duelo até ao apito final do prolongamento
Espírito de sacrifício, entrega e determinação permitiram, ontem, a Selecção Nacional garantir presença na final da 25ª edição do Campeonato Africano das Nações (CAN) de andebol sénior feminino, mercê do triunfo, por 2421, diante da similar do Senegal, após prolongamento, em partida disputada no Pavilhão de Dakar.
Amanhã, Angola reedita diante dos Camarões a final de 2021, em Yaoundé.
Num verdadeiro “duelo” de titãs, com o pavilhão quase lotado, as campeãs africanas precisaram de empenhar-se até ao último minuto para “carimbarem o passaporte” para a final, ante os condicionamentos impostos pelas Leoas.
Tal como apontavam as previsões, o jogo foi pautado pelo equilíbrio, com as defesas a suplantarem os ataques. Ao “sete” nacional valeu a experiência competitiva e a qualidade técnica e táctica das suas integrantes, comandadas pelo técnico Vivaldo Eduardo.
À Isabel Guialo "Belinha" coube a responsabilidade de arquitectar o jogo de Angola. Liliana Venâncio abriu o activo e em resposta as senegalesas marcaram o contragolo. Decorridos nove minutos, vantagem angolana por um golo 3-2.
Aos 12 minutos, as Pérolas produziram o parcial de 20, com o marcador a registar 5-2, facto que, por momentos, silenciou o Pavilhão de
Dakar. Magda Cazanga, Suzeth Matias e Liliana Venâncio formaram o bloco defensivo. Na baliza, Marata Alberto esteve atenta às movimentações atacantes das adversárias e, por diversas vezes, frustrou os intentos contrários.
Porém, após o desconto de tempo solicitado pelo técnico do Senegal, as compat r i o t a s d e S a di o Mane acertaram nas acções ofensivas e marcaram dois golos, 6-4. Na sequência, em dois contra-ataques, Helena Paulo ampliou para 8-4.
Capitaneadas por Kamara, jogadora que milita na primeira liga da Turquia, as anfitriãs não baixaram os braços e correram atrás do prejuízo. Com dois golos marcados reacenderam a alegria dos espectadores.
O combinado angolano passou a precipitar o ataque. Jogados 28 minutos, 11-10, a favor de Angola. No banco, Vivaldo Eduardo apelava a todo custo para a concentração das jogadoras. Ao
intervalo, 12-10, a favor das campeãs africanas.
Na segunda parte, a Selecção Nacional entrou mal e permitiu que a similar do Senegal se galvanizasse. Com penetrações, melhor circulação da bola, e exploração das linhas de passe, aos 14 minutos as Pérolas venciam por um golo, 15-14.
Do lado de Angola foram cometidos muitos erros técnicos e vários ataques falhados. Passados dois minutos o Senegal empatou a 16 golos. Nas bancadas a festa era visível. Vivaldo Eduardo chamou o grupo, pois ainda era possível voltar a liderar a partida.
A faltarem dez minutos para o apito final, prevalecia a igualdade, a 17 golos. Após três minutos, o conjunto angolano voltou a comandar com vantagem de dois golos, 1917. Mas, não passou de sol de pouca dura, pois as senegalesas continuaram a acreditar na qualificação inédita.
Com um mau passe de Juliana Machado à Liliana Venâncio e um ataque falhado de Magda Cazanga, as leoas igualaram a 20 golos no último minuto, e levaram o jogo para o prolongamento.
Nesta etapa do jogo, com os nervos a flor da pele das duas equipas, passados cinco minutos nenhuma delas marcou. Na segunda parte, Angola inaugurou o marcador por intermedio de Natália Kamalandua. Com a magra mas importante vantagem, as Pérolas geriram o resultado até ao apito final.
As campeãs africanas precisaram de empenhar-se até ao último minuto para carimbarem o passaporte para a final, ante os condicionalismos impostos pelas Leoas