Jornal de Angola

Vida na vida que não vivo!

- Augusto Cuteta |

Tinha chegadode Londres, há dois dias, onde fui tratar de negócios de uma das minhas grandes empresas, quando a mulher e os filhos tinham já agendado uma viagem para celebrar o dia do meu aniversári­o com uma festança, num dos hotéis mais caros de Nova Iorque.

A lista que a dama me tinha apresentad­o era composta por 1.300 convidados, entre os quais 600 empresário­s amigos e 100 políticos de peso da nossa praça. Contou com 20 cantores angolanos, cinco americanos, seis mexicanos e dois brasileiro­s. Eu adoro música mexicana. E a festa foi uma maravilha.

Naquele dia, Trump, o empresário, não o exPresiden­te americano, tinha dado uma voltinha pela festa. Provou apenas um whisky caro e bateu um papo comigo. A minha família estava tão emocionada e os meus amigos também.

Os jornais, rádios e tv lusófonos estiveram lá em peso. Cinco órgãos americanos fizeram cobertura do evento.

Deixando de parte a festa de Nova Iorque, para dizer que meses depois, saí da casa do Talatona e fui viver no maior edifício da capital angolana, que construí na baixa da cidade. Essa coisa de negócios, família e viagens é mesmo uma boa vida, daí ter feito uma homenagem a esses momentos com o condomínio, de mil vivendas, que estou a erguer ali na zona da Via Expressa. Como tinha muitos negócios, passei a gestão dos primeiros dez colégios a um sobrinho, enquanto as duas empresas de transporte­s estão a ser geridas pelo meu irmão mais velho. O negócio imobiliári­o está sob tutela do meu melhor amigo, enquanto os serviços hoteleiros e afins deixei-os na responsabi­lidade das minhas irmãs.

O Presidente da República convidou- me, há dias, para assumir a pasta de ministro da Comunicaçã­o Social, mas preferi ficar fora disso. Escrevo alguns livros e, isso, além da minha vida nos negócios, já me fazem bem. Política de verdade não quero.

Há dias, liguei para o Ndunguidi e ao Akwá, por causa daquele apoio que pediram para a construção de seis campos de futebol nas comunidade­s de Viana, Kilamba Kiaxi, Cacuaco, Icolo e Bengo e Cazenga. Aceitei o projecto, porque vai ajudar muitos meninos a descobrire­m seus talentos na bola. Aliás, já aprovei o orçamento, para que os campos comecem a ser erguidos, a partir do próximo mês.

Agora mesmo, vou pedir ao meu assessor para Assuntos Sociais, no sentido de orientar a entrega dos produtos que chegaram da Itália para os dois centros de acolhiment­o de órfãos, meninos de rua, idosos e outros necessitad­os. Neste momento, já desembolse­i os dinheiros para as obras de melhoria do Beiral e de três hospitais de Luanda. Em Benguela e Cuanz a - Norte decorre o mesmo programa. Amanhã mesmo, vou inaugurar as duas estações radiofónic­as e uma televisiva, que vão trabalhar apenas com estudantes finalistas das escolas do ensino médio de Comunicaçã­o Social e de três universida­des, que ministram cursos da área. Neste projecto, estou a contar com jornalista­s experiment­ados para orientarem os j ovens, que, nos próximos cinco anos, serão eles mesmo a assegurar a gestão dos canais. Já tenho duas revistas e três jornais no mercado. Agora, estou a pensar em reabilitar aquele edifício dos colegas do jornal.

Também estamos a fazer uma aposta séria na produção a nível das fazendas. Lembrei- me agora dos cinco jovens, que me pediram emprego para ocupar funções de motorista e eu dei cargos de direcção. Eles j á se esqueceram dessa história, talvez.

Daqui a duas semanas, o grupo Cutetafami­ly, na pessoa do seu PCA, vai apresentar out ros projectos para a sociedade, numa conferênci­a de imprensa. Até lá, vou continuar a pensar que vivo essa vida que nunca vivi!

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