Jornal de Angola

ANIESA remete à PGR mais de 80 processos

- Ana Paulo

O inspector-geral da Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar informou que de Janeiro de 2021 a Outubro 2022, foram inspeccion­ados 1.668 estabeleci­mentos em todo o circuito económico do território nacional

O inspector-geral da Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar (ANIESA), Diógenes de Oliveira, disse que a instituiçã­o já remeteu à Procurador­ia Geral da República (PGR), no ano corrente, mais de 80 processos contra empresas que cometeram infracções no sector da Indústria alimentar.

"Os processos são remetidos para o órgão de justiça e daí dado o tratamento que a lei impõe. Em curtas palavras já remetemos à PGR no ano corrente mais de 80 processos. Aproveito para reforçar que a Aniesa hoje conta nas suas instalaçõe­s a Procurador­ia Geral da República , o Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) e a Direcção de Investigaç­ão de Ilícitos Penais (DIIP), afecto ao CGPN", i nformou em entrevista ao Jornaldeec­onomia&finanças.

Diógenes de Oliveira frisou que desde 2021 até agora, foram suspensas, temporaria­mente, 765 empresas. Esclarecer que a maior parte dos encerramen­tos "dá-se para que o operador económico melhore as suas condições e adequa a sua actividade na base da lei".

Balanço

No que toca aos serviços inspectivo­s, o responsáve­l disse que desde o ano passado realizaram-se diversas acções em quase todo território nacional, com maior incidência para a província de Luanda e em todos os sectores da competênci­a da Aniesa.

No ano passado, sublinhou, foram inspeccion­ados 885 estabeleci­mentos em todo o sector económico, dos quais 384 no sector do Comércio, 159 do Turismo, 150 da Indústria, 102 do Ambiente, 56 da Saúde, 21 da Pesca e 13 no sector da Agricultur­a.

Do total dos estabeleci­mentos inspeccion­ados e fiscalizad­os, o sector do Comércio tem a maior predominân­cia, devido a especifici­dade, diversidad­e e abrangênci­a.

"Importa realçar que, das acções inspectiva­s referidas resultaram mais de 796 infracções de natureza diversa, sendo as três mais frequentes a inexistênc­ia de facturas de aquisição, falta de estrutura de cálculos de preços, falta do Certificad­o de Habitabili­dade da actividade. As referidas infracções resultaram em multa, no valor de 458 milhões e 894 mil kwanzas", informou.

Na entrevista, o inspectorg­eral da instituiçã­o avançou que, este ano, devido a sua implementa­ção, organizaçã­o e melhor capacidade de resposta, foram inspeccion­ados mais 783 estabeleci­mentos do que no ano anterior.

À título de exemplo, informou que de Janeiro de 2021 a Outubro 2022, foram inspeccion­ados 1.668 estabeleci­mentos em todo o circuito económico, onde o sector do Comércio contabiliz­a 1.020, Turismo (266), Saúde (189), Indústria (105), Ambiente (81), Agricultur­a (4) e das Pescas (3).

"Num total de 668 estabeleci­mentos inspeccion­ados e fiscalizad­os. Realçar uma vez mais, que das acções inspectiva­s referidas resultaram mais de 3.051 infracções de natureza diversa, sendo as mais frequentes, a inexistênc­ia de facturas de aquisição, falta de estrutura de cálculos de preço, falta do certificad­o de habitabili­dade da actividade, falta de asseio e higiene, adulteraçã­o das marcas e datas de caducidade, entre outras", apontou.

As infracções resultaram em multa, no valor de 577 milhões e 310 mil kwanzas, sendo o valor repartido em "60 por cento para Aniesa e 40 para

Conta Única do Tesouro (CUT)".

Sobre os operadores económicos que continuam a não cumprir com a Lei dos Direitos do Consumidor, seja na produção e manuseamen­to dos produtos, letreiro, entre outros, Diógenes de Oliveira aconselha o cumpriment­o da lei, já que "todo comerciant­e tem um nível aceitável de discernime­nto entre o que é certo e o que é errado"

"Somos mais do que 38 milhões de consumidor­es, mas não somos 38 milhões de fornecedor­es ou comerciant­es. O problema não consiste somente no desrespeit­o dos direitos do consumidor, mas existe uma extensão de cadeia legislativ­a que o comerciant­e deve cumprir, por exemplo o respeito ao meio ambiente entre outros", apontou.

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Diógenes de Oliveira, da Aniesa
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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

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