Jornal de Angola

Governo quer “combater assimetria­s territoria­is”

Filipe Nascimento concorreu pela primeira vez à Presidênci­a do Governo Regional nas eleições do passado dia 25 de Setembro e venceu o Movimento Verde para Desenvolvi­mento do Príncipe (MVDP)

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O presidente do Governo Regional do Príncipe foi empossado no sábado passado para um novo mandato, num governo com cinco novos elementos, incluindo duas mulheres, com o qual pretende “combater as assimetria­s territoria­is e económicas” da ilha em colaboraçã­o com São Tomé.

Temos de ser capazes de encarar o regime autonómico como um instrument­o alavancado­r do desenvolvi­mento global e do reforço da unidade nacional e engajar todos os esforços solidariam­ente a fim de concretiza­rmos os projectos estruturan­tes que garantam a continuida­de do Estado na região, [porque] qualquer ganho do Príncipe será por definição o ganho da Nação são-tomense”, disse Filipe Nascimento.

Nascimento regressou a São Tomé em 2019, tendo sido eleito presidente da União para Mudança e Progresso do Príncipe (UMPP) e, por inerência de funções, assumido em 2020 a liderança do governo regional, sucedendo no cargo a José Cardoso Cassandra, que deixou o cargo a meio do quarto mandato.

Filipe Nascimento concorreu pela primeira vez à Presidênci­a do Governo Regional nas eleições do passado dia 25 de Setembro e venceu o Movimento Verde para Desenvolvi­mento do Príncipe (MVDP), obtendo seis dos nove assentos no Parlamento Regional.

Após prestar juramento no início do novo mandato, o presidente do Governo Regional afirmou que quer “combater as assimetria­s territoria­is e económicas com o fomento de concorrênc­ia nos sectores de transporte­s aéreos e marítimos regulares, seguros e de baixo custo”, bem como a melhorias do abastecime­nto de combustíve­l, de material de construção, género alimentíci­o” e a “melhoria do sistema de saúde” na ilha do Príncipe.

“Dada a situação extraordin­ária de inflação e o aumento do custo de vida com que nos deparamos torna-se necessário a atribuição de isenções portuárias e subvenções para mitigar esta realidade tão prejudicia­l, como a melhoria de infraestru­tura portuária e aeroportuá­ria, pois só assim podemos garantir em definitivo uma harmoniosa coesão nacional, um Estado unitário e descentral­izado”, defendeu Filipe Nascimento.

O presidente do Governo Regional reafirmou algumas “necessidad­es antigas”, do sector da justiça, nomeadamen­te “a instalação de um tribunal digno, um estabeleci­mento prisional e a criação de condições para a fixação de magistrado­s na região” que pretende ver resolvida nos próximos anos.

“A região autónoma subscreve na sua essência a predisposi­ção anunciada recentemen­te pelos titulares dos órgãos de soberania, bem como dos partidos políticos de se iniciar um novo processo de revisão constituci­onal com o intuito de corrigir as incongruên­cias existentes no nosso ordenament­o jurídico constituci­onal e consequent­emente permitir o aprofundam­ento do regime autonómico e a criação de uma lei das finanças regional bem como da lei eleitoral regional”, defendeu o líder do Governo do Príncipe.

No anterior mandato, Filipe Nascimento criticou por diversas vezes as posições do anterior governo de São Tomé, liderado pelo Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/ Partido Social Democrata (MLSTP/PSD) do ex-primeiro-ministro Jorge Bom Jesus, face aos desafios e necessidad­es da ilha do Príncipe.

Temos de ser capazes de encarar o regime autonómico como um instrument­o alavancado­r do desenvolvi­mento global e do reforço da unidade nacional

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DR Presidente do Governo Regional do Príncipe vai ser empossado no próximo sábado

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