Jornal de Angola

Parlamento Europeu toma posição contra Rússia

Moscovo está indiferent­e sobre a possibilid­ade da União Europeia redefinir a abordagem a longo prazo

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O Parlamento Europeu (PE) vai aprovar na próxima quarta-feira, 23, em Estrasburg­o (França), uma resolução que reconhece a Rússia como um Estado patrocinad­or do terrorismo para que Moscovo venha a responder por crimes alegadamen­te cometidos na Ucrânia.

A resolução, que foi debatida na sessão plenária de Outubro, tem aprovação garantida pelos dois maiores grupos do PE, o Partido Popular Europeu (PPE) e a Aliança Progressis­ta dos Socialista­s e Democratas (S&D).

Uma delegação dos Verdes/aliança Livre Europeia, que incluía a Vice-presidente Terry Reintke (Alemanha), discutiu a iniciativa do PE em Kiev com o chefeadjun­to de gabinete presidenci­al, I hor Zhovkva, anunciou a presidênci­a ucraniana num comunicado distribuíd­o, no sábado.

"Este comportame­nto da Rússia é uma justificaç­ão directa para a necessidad­e de o Parlamento Europeu adoptar uma resolução designando a Rússia como um Estado patrocinad­or do terrorismo", disse Zhovka, referindo-se aos ataques russos na Ucrânia, citado no comunicado.

Zhovka registou os esforços dos Verdes/aliança Livre Europeia em "assegurar um forte apoio à Ucrânia" por parte do PE, incluindo iniciativa­s para investigar e julgar alegados crimes de guerra russos, e para criar um mecanismo de compensaçã­o pela Rússia dos danos causados ao país vizinho.

A resolução, que será votada no dia em que se completam nove meses da invasão russa, não tem caráter vinculativ­o, tal como as resoluções a condenar o regime do Presidente Vladimir Putin aprovadas pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

"Ao declarar a Rússia como um Estado patrocinad­or do terrorismo, os eurodeputa­dos querem preparar terreno para que Putin e o seu Governo sejam responsabi­lizados por estes crimes perante um tribunal internacio­nal", disse o PE na antecipaçã­o da sessão plenária de Novembro, que começa na segunda-feira. Entretanto, em declaraçõe­s a Sputnik, à Rússia mostrou-se estar céptico sobre a possibilid­ade da União Europeia (UE) redefinir sua abordagem de longo prazo para nas relações com Moscovo, disse no sábado a representa­nte oficial do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova.

Zakharova reafirmou que Bruxelas, está infectada com um "vírus político anormal", decidindo "se isolar" em relação à Rússia, mas as tentativas de isolar o país foram infrutífer­as. A porta-voz acrescento­u que a política da UE apresentad­a por Borrell foi direcionad­a para limpar o campo de informação do bloco sobre os pontos de vista alternativ­os, expandindo a influência da UE nos Balcãs Ocidentais, provocando rivalidade entre Moscovo no espaço pós- soviético e impondo políticas ocidentais.

A União Europeia (UE) não tem um quadro legal que lhe permita declarar um Estado como patrocinad­or do terrorismo - como lembrou a comissária europeia para os Assuntos Internos, a sueca Ylva Johansson, no debate em Outubro -, ao contrário dos Estados Unidos.

O Departamen­to d e Estado norte-americano tem atualmente a Síria (desde 1979), o Irão (1984), a Coreia do Norte (2017) e Cuba (2021) na lista de Estados patrocinad­ores do terrorismo.

Ao declarar a Rússia como um Estado patrocinad­or do terrorismo, os eurodeputa­dos querem preparar terreno para que Putin e o seu Governo sejam responsabi­lizados

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DR Guerra na Ucrânia determinou o corte das relações entre os dois blocos nos últimos meses

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