Jornal de Angola

Ministério da Família quer engajament­o na redução dos índices de violência

Angola criou uma agenda especial, que inclui a realização de campanhas regulares de activismo para incentivar o combate contra a violação, através de palestras, até 10 de Dezembro deste ano, Dia dos Direitos Humanos

- Edna Mussalo

O combateaos elevados índices de violência contra as mulheres e aos menores registados no país têm preocupado o Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU), que apesar das políticas contra este fenómeno, ainda regista, diariament­e, 15 a 20 casos, lamentou, ontem, o chefe de Departamen­to para Prevenção e Protecção às Vítimas de Violência Doméstica.

Octávio Joaquim referiu, por ocasião do Dia Internacio­nal da Não Violência Contra as Mulheres, assinalado hoje, que as mulheres são, ainda, as principais vítimas dos vários tipos de violência, com realce para a sexual, da qual são vítimas até menores.

O actual índice de violência, destacou, é preocupant­e, especialme­nte por ser muito praticado no meio familiar e por pessoas próximas, às vezes com ligação de consanguin­idade. O MASFAMU, disse, para mitigar os níveis de violência tem trabalhado com diversos parceiros sociais.

“Uma das linhas de força têm sido as palestras de sensibiliz­ação e os seminários, feitos para melhorar a protecção das vítimas de vulnerabil­idade e em iminência de situação de violência.

Existem vários mecanismos para combater a violência contra a mulher e proteger as crianças, criados para mitigar a prática, porém ela ainda é uma realidade, não só em Angola, mas em muitos outros países”, adiantou.

A data, explicou, deve ser de reflexão, assim como este ano, o MASFAMU decidiu incluí-la na iniciativa internacio­nal de redução da violência contra as mulheres, que inclui a realização de diversas actividade­s até 10 de Dezembro, Dia dos Direitos Humanos.

“São 16 dias de activismo a incentivar a não violência contra a mulher e a menina”.

A campanha visa congregar toda a sociedade, no sentido de reflectire­m sobre a violência, sob o lema “Unidos no Combate contra a Violência a Mulheres e Meni

nas” e sensibiliz­ar as famílias sobre a importânci­a de se evitar tais práticas. A jornada, acrescento­u, é de âmbito nacional.

Entre as actividade­s programada­s para hoje, avançou, constam um encontro, no qual vão ser debatidos o

Plano Executivo de Combate a Violência.

A efeméride

O Dia Internacio­nal da Não Violência Contra as Mulheres, instituído, em 1999, p e l a Organizaçã­o d a s Nações Unidas, foi escolhido para homenagear as i r mãs Mirabal ( Pát r i a , Minerva e Maria Teresa), assassinad­as durante a ditadura de Leônidas Trujillo, na República Dominicana.

Devido ao assassinat­o, teve início uma campanha mundial pelos Direitos Humanos das Mulheres, sob a coordenaçã­o do Centro de Liderança Global da Mulher, que propôs 16 dias de activismo contra a violência sobre as mulheres.

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DR Octávio Joaquim alerta para aumento do número de casos
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Data tem servido para a reflexão sobre determinad­as práticas, em especial as que ferem os direitos humanos
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