Jornal de Angola

Enviado russo acusa EUA de apoiar acções curdas

A situação operaciona­l aumentou de intensidad­e nas últimas semanas no Nordeste da Síria e no Curdistão iraquiano, áreas considerad­as pelo Ocidente frente adicional na luta contra a Rússia

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O aumento da actividade dos curdos na Síria e no Iraque provavelme­nte é dirigido pelos Estados Unidos, disse à Sputnik o enviado presidenci­al especial da Rússia para a Síria, Aleksandr Lavrentyev.

“Acreditamo­s que deve haver uma razão para o facto de, recentemen­te, a situação ter piorado não apenas no Nordeste da Síria, mas também no Curdistão i raquiano”, disse Lavrentyev.

Segundo ele, o caso sírio é considerad­o pelo Ocidente como uma frente adicional na luta contra a Rússia, na Operação Militar Especial de Moscovo na Ucrânia e nas fronteiras russas.

Ele aponta que “se pode dizer sem ambiguidad­e” que os Estados Unidos “provavelme­nte estão por trás das actividade­s curdas”. O enviado russo lembra que Washington também apoia curdos iranianos, “incitando-os a protestar”.

“Os a merica n o s , é claro, fornecem armas e alimentos ao Nordeste da Síria. Os curdos, é claro, são muito dependente­s deles”, declarou.

Na passada quarta-feira, o gabinete do PrimeiroMi­nistro iraquiano anunciou que o seu país decidiu redistribu­ir guardas de fronteira para tentar impedir ataques por parte do Irão e da Turquia no seu território.

Por sua vez, domingo passado, Ankara conduziu uma operação aérea contra o Partido dos Trabalhado­res do Curdistão (PKK) no Norte da Síria. Foi relatado ataque à cidade de Kobane, bem como em l ocalidade no Norte do Iraque. No caso do Irão, os seus alvos foram partidos e grupos que fazem oposição a Teerão.

Na quarta-feira, o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que as operações das Forças Armadas turcas no Norte da Síria e no Iraque são “apenas o começo”, e que Ankara está determinad­a a proteger as suas fronteiras.

“As nossas operações já em andamento são apenas o começo de medidas para proteger as nossas fronteiras”, declarou o líder turco.

O Governo norte-americano pediu o abrandamen­to das hostilidad­es no Norte da Síria e do Iraque. Entretanto, segundo as últtimas mensagens divulgadas pela imprensa internacio­nal, os Estados Unidos fizeram saber, esta semana, que desencoraj­a o aumento da tensão no Norte do Iraque e na Síria, afirmando que estão a acompanhar com muita atenção tudo o que se está a passar na região.

“Encorajamo­s a “desescalad­a”, vamos continuar a acompanhar o que se passa no terreno”, disse a porta-voz adjunta do Pentágono, Sabrina Singh, em conferênci­a de imprensa.

Singh observou que os EUA apelaram à “desescalad­a”, não só da Turquia, mas “de todas as partes envolvidas”.

O porta-voz do Departamen­to de Estado Ned Price também apelou para “uma imediata” desescal ada das hostilidad­es, e expressou preocupaçã­o sobre as recentes acções militares na região.

Ankara culpa as Unidades de Protecção Popular (YPG) da milícia curda e o Partido dos Trabalhado­res do Curdistão (PKK, ilegalizad­o), grupo guerrilhei­ro curdo na Turquia, pelo atentado bombista de Novembro, no centro de Istambul, onde morreram seis pessoas e 81 ficaram feridas, embora ambos movimentos tenham negado qualquer envolvimen­to.

Pelo facto, as autoridade­s turcas lançaram, como retaliação, uma operação de grande envergadur­a, envolevndo meios aéreos. Algumas zonas foram bombardead­as, por abrigarem militantes curdos em pontos fronteiriç­as da Síria e do Iraque, a 19 deste mês.

Estados Unidos afirmaram, esta semana, que desencoraj­am o aumento da tensão nonorte da Síria e do Iraque, adiantando que estão a acompanhar a situação com muita atenção

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DR Aleksandr Lavrentyev denuncia o agravament­o das operações nas regiões sírias e iraquianas

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