Jornal de Angola

Grupo Catarcis Teatro exibe a peça “A Estátua na Primeira Pessoa”

De acordo com o encenador Mac Gonell, o espectácul­o tem um carácter educativo e informativ­o sobre a vida e obra do Poeta Maior, sobretudo para que as novas gerações possam aumentar os conhecimen­tos sobre os seus feitos

- Manuel Albano

“A Estátua na Primeira Pessoa” é a proposta cénica do grupo Catarcis Teatro, para hoje, às 19h00, no segundo dia do Festival “Palco do Teatro”, que decorre desde ontem, na Liga Africana, e que se prolonga até ao dia 1 de Dezembro, em Luanda.

Os espectácul­os estão enquadrado­s na Edição Especial do Festival Nacional da Cultura (FENACULT), para assinalar o centenário de nascimento do primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, assinalado­s a 17 de Setembro deste ano.

A peça escrita por Mac Gonel recria os pensamento­s de um artesão, que por intermédio das suas criações têm uma ligação espiritual profunda com o próprio criador. Das várias criações feitas pelo artesão , há uma que tem uma peculiarid­ade, uma obra diferente das demais, esculpida de maneira paulatina e excelente.

De forma mística a obra singular “A Estátua na Primeira Pessoa”ganha vida, abrindo uma grande brecha para que o artesão pudesse indagar a sua maior criação sobre os diversos assuntos ligados à sua existência, fazendo uma marcação cronológic­a de 1922 à 2022. O que será que António Agostinho Neto, na primeira pessoa , tem a dizer ? Fica a questão no ar.

Uma adaptação do encenador Mac Gonell, a peça é baseada em entrevista­s e recortes de revistas sobre a vida do fundador da nação. Fazem parte do elenco os

actores Cheilo António ( Agostinho Neto ), Gusmão Soeiro ( Artesão ), Sandy Manuel (Aprendiz ), Rui Teka ( Grande Bruxo ), Suzeth Cabadi (Estudante Universitá­ria), Leandro Muhongo (Futebolist­a), Adelino Cuvalela ( Soldado ) e Eduardo Tchimunga (Velho).

De acordo com o encenador Mac Gonell, em declaraçõe­s, ontem, ao Jornalde Angola, a peça tem um carácter educativo e informativ­o sobre a vida e obra do Poeta Maior, sobretudo para que as novas gerações possam aumentar os conhecimen­tos sobre os seus feitos, não ape

nas como estadistas, mas como homem de cultura.

Quem se deslocar logo mais, para assistir aos espectácul­o, disse, vai poder presenciar uma peça dinâmica, cujo objectivo é proporcion­ar aos espectador­es, não apenas momentos de reflexão sobre o percurso de Agostinho Neto, mas poder ter uma noite de lazer e recreação.

O grupo Catarcis Teatro surge da divisão do grupo Walpipa Teatro no ano de 2008/2009, quando o encenador Mac Gonell vai viver no bairro Calemba 2. Apercebend­o-se da falta de ocupação de muitos jovens na

comunidade, decidiu fundar no dia 3 de Julho de 2011, e convida, Alexandre Buta e Graça de Almeida, para juntos embarcarem nesta aventura. Com apenas três meses de existência, em Outubro do mesmo ano, participou no Festival Competitiv­o de Viana (FCV), na qual classifico­use em terceiro lugar. No ano seguinte (2012), no mesmo município, participa no mesmo festival e conquista o primeiro l ugar com as seguintes distinções : Melhor Grupo, Melhor Texto , Melhor Actriz e Melhor Encenação com a peça “ANA IV”.

No ano de 2014, nasceu

o projecto “A Criança e a História”, com o objectivo de dar uma ocupação às crianças, na qual são produzidas peças de teatro que retratam figuras marcantes da História de Angola.

Frustraçõe­s e conflitos interpesso­ais

Na segunda proposta do dia, o grupo Kalunga Teatro, exibe uma hora depois, no mesmo local, a peça “Rei Sem Coroa”. Escrita por José Gonçalves "Dhiafragma”, o espectácul­o de teatro com a duração de aproximada­mente 50 minutos, retrata a história de um anjo em estado depressivo, por não ter conseguido concretiza­r os projectos e alcançar determinad­as metas, enquanto esteve em vida.

Devido aos f racassos constantes, o anjo revoltado, projecta a última investida para a destruição da humanidade, como forma de vingança e egocentris­mo.

De acordo com Victor Suama, encenador da peça, ontem, em declaraçõe­s ao Jornaldean­gola, o enredo recria acontecime­ntos sobrenatur­ais cada vez mais presentes nas sociedades modernas, acrescenta­ndo que o mundo tende a ser consumido por “forças ocultas”.

Segundo o encenador, existe um conflito entre o bem e o mal, na perspectiv­a da conquista da humanidade e que tem atiçado o poder criativo de cada uma das forças envolvidas no problema, deixando várias observaçõe­s sobre o que afinal as duas forças pretendem do planeta terra.

Kalunga Teatro, fundado aos 20 de Setembro de 1999, na cidade de Luanda, com objetivos de estudar a formação cultural do país e repercussõ­es sócio-cultural, com um repertório e técnicas próprias de uma concepção antropológ­ica, bem como colocar a disposição do público, os resultados das suas pesquisas para fins educativo, format ivo, e i nformativo ( em espectácul­o convencion­al e ou comunitári­o).

O Kalunga Teatro, já exibiu mais de 20 peças teatrais, dentre elas destacam- se "Paixão Maluca”, "Universo Perturbado”, "Quem te faz feliz”, "Às Caladas são Perigosas”, "Nasço ou Não?”.

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DR Espectácul­o de teatro procura em aproximada­mente uma hora retratar a vida e obra do primeiro estadista angolano

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