Jornal de Angola

Brasil convence Sérvia em segunda parte de luxo

Nulo que durou toda a primeira parte tem algum mérito sérvio mas acima de tudo uma nota negativa para a equipa de Tite

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As lágrimas de Neymar no banco de suplentes são mesmo o único motivo de preocupaçã­o para a selecção brasileira, depois da entrada vitoriosa na fase de grupos do Mundial. Após ver a rival Argentina ser derrotada na primeira ronda, a equipa brasileira foi cautelosa, mas sempre superior à formação da Sérvia.

Depois do nulo ao intervalo, dois golpes certeiros de Richarliso­n bastaram para repetir o resultado do Mundial' 2018 e dar um passo rumo à qualificaç­ão para os oitavos. Os brasileiro­s cantam “pentacampe­ão”, mas a ideia para o final deste Mundial é mesmo mudar o cântico. Em todas as fases finais, os brasileiro­s são grandes favoritos à conquista do troféu, mas à história e ao talento desta selecção, junta-se uma fase de qualificaç­ão imaculada, por parte de uma equipa bem comandada por Tite. Depois de ver o grande rival ser derrotado pela Arábia Saudita, a equipa brasileira passou por um misto de euforia e de preocupaçã­o. O desaire argentino no segundo dia de competição deu margem para festejos, mas também para pôr as ideias no lugar. O Mundial não é uma competição fácil, por muito talento que a equipa tenha à sua disposição. Do outro lado, a equipa sérvia, que acabou o grupo de Portugal no primeiro lugar, partia com alguma expectativ­a para a competição. Claro que este não era o jogo ideal para ver

aquilo que os sérvios podiam fazer, até porque há esperança de, finalmente, passar a fase de grupos, mas esperava-se que a equipa de Stojkovic conseguiss­e incomodar mais a selecção brasileira.

O nulo que durou toda a primeira parte tem algum mérito sérvio, mas acima de tudo uma nota negativa para a equipa de Tite, que tem aí o principal aspecto a corrigir. Com a qualidade da frente de ataque do Brasil, pediase mais. Neymar teve em Lukic uma sombra e sem espaço para Vini e Richarliso­n, acabou por ser Raphinha o mais mexido no ataque da canarinha. Isso não quis dizer, no entanto, que f osse o melhor da formação brasileira. O jogador do Barcelona esteve nas melhores oportunida­des, mas falhou sempre no momento decisivo. No fundo, o jogo estava controlado, mas pedia-se mais Brasil na frente de ataque, mesmo que na área contrária, Alisson estivesse a ter uma partida tranquila, tal a pouca produtivid­ade da equipa sérvia, que nunca conseguiu encontrar Mitrovic em boa posição para ameaçar sequer a baliza do guarda-redes do Liverpool.

Dois Pombos no Catar

Na segunda parte, onde houve muito mais Brasil, mais Neymar, menos cautelas. No fundo, o que todos esperavam que este Brasil fosse ainda antes de entrar em campo. A Sérvia f oi recuando e viu-se obrigada

a travar em falta as iniciativa­s dos jogadores brasileiro­s, que foram combinando de forma cada vez mais rápida e eficaz. Alex Sandro, com uma bomba ao poste a fazer lembrar Roberto Carlos, tentou marcar o primeiro golo fora da área deste Mundial, mas foi mesmo nas asas do Pombo que o Brasil conseguiu finalmente levantar voo.

O avançado do Tottenham estava a ter uma exibição desinspira­da e até parecia ser o único elemento do ataque sem subida de rendimento na segunda parte, só que uma canelada bastou para levantar voo. Neymar e Vinícius combinaram bem e o Pombo apareceu no sítio certo para encostar, depois de uma defesa incompleta de Milinkovic- Savic, o melhor da equipa sérvia. Depois do golo, os sérvios, que não são propriamen­te conhecidos pela resistênci­a mental, perderam-se por completo e o Brasil aproveitou para resolver a partida e até ameaçar um outro resultado. O Pombo voltou a abrir as asas para um voo acrobático, depois de um excelente lance de Vinícius, e fez dessa forma o 2-0, que até deixou sensações de déjà vu, por ter sido o mesmo resultado da partida do Mundial anterior. Provavelme­nte, o melhor golo do Mundial, para fechar com chave de ouro esta primeira jornada. S e c o nt i nuar c o mo na segunda parte, não há dúvidas: temos candidato!

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DR Jogador do Tottenham marcou os tentos na etapa complement­ar e fez sorrir adeptos os canarinhos

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