Jornal de Angola

Lançada campanha para acabar com a violência contra a mulher

Jornada dos 16 Dias de Activismo da Onu-mulher tem como lema “Una-te” e vai até 10 de Dezembro, Dia Internacio­nal dos Direitos Humanos

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A Assembleia Nacional deu início a um conjunto de actividade­s para celebrar a Jornada dos 16 Dias de Activismo para acabar com a Violência contra as Mulheres e Raparigas com Base no Género, no âmbito da responsabi­lidade e do activismo social.

Segundo uma nota de imprensa da Casa das Leis, chegada, ontem, à nossa Redação, trata-se de uma campanha anual l i derada pela Organizaçã­o das Nações Unidas Para a Mulher (ONUMULHER) que engaja a sociedade civil e teve início a 25 deste mês, Dia Internacio­nal de Eliminação de Violência Contra as Mulheres, com término para 10 de Dezembro, Dia dos Direitos Humanos.

Este ano, refere o comunicado, a ONU-MULHER adoptou o lema “UNA-TE! Activismo para acabar com a violência contra as mulheres e meninas!

Dados das Nações Unidas indicam que em 2021, cerca de cinco meninas ou mulheres, foram mortas a cada hora, sendo que, os assassinat­os geralmente ocorreram no seio familiar; duas em cada três mulheres declarou que sofreu violência ou conhece alguém que tenha sofrido mas, apenas 10 por cento denunciou.

Para a ONU, a violência contra as mulheres representa a maior violação dos Direitos Humanos a nível mundial na medida em que, transcende todos os sectores da sociedade, independen­temente da sua classe, raça ou grupo étnico, nível salarial, cultural, educaciona­l, da idade ou religião e afecta negativame­nte a sua autoestima e consequent­emente o seu desenvolvi­mento.

A Assembleia Nacional considera que a eliminação da violência contra a mulher é condição indispensá­vel para o seu desenvolvi­mento individual e social, bem como, para a sua participaç­ão em situação de igualdade, em todas as esferas da vida.

De acordo com as autoridade­s, Angola tem dado passos significat­ivos através da aprovação de leis específica­s de combate à violação e à protecção das famílias em geral, e em particular as vítimas de violência doméstica.

Nesses termos, a Assembleia Nacional aprovou a Lei 7/04, de 15 de Outubro, Lei de Bases de Protecção Social, a Lei n 25/11, de 14 de Julho, Lei contra a Violência Doméstica.

A campanha da Assembleia Nacional visa conscienci­alizar, advogar e congregar esforços a todos os níveis da sociedade angolana, para que, por via de uma troca de experiênci­as e de conhecimen­to, se possa perspectiv­ar a eliminação de violência contra as raparigas e mulheres em Angola.

De acordo com o Parlamento, o combate contra a vi ol ência doméstica requer boas práticas de i ntervenção, nomeadamen­te a e ducação das meninas para evitar casamentos prematuros, gravidez precoce, assédio s exual a l é m de outros temas que mitigam os efeitos da violência no seio da família, a protecção social e jurídica, serviços especializ­ados no atendiment­o às vítimas de violência doméstica, medidas de prevenção, centros de aconselham­ento familiar e centros de acolhiment­o às vítimas.

A Assembleia Nacional refere que perante o quadro existente e as várias evidências é importante criar um movimento forte a união de esforços e Advocacia permanente por vias de acções multissect­oriais envolvendo o Parlamento, órgãos de Justiça, sociedade civil e igrejas em campanha de sensibiliz­ação permanente visando despertar a sociedade.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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