Jornal de Angola

Estado deve liderar o investimen­to em infra-estruturas de transporte­s

Vice-governador da província defende uma “matriz bem estruturad­a” na provisão de mobilidade, em que a circulação de pessoas e bens ocorra sem as hesitações do capital privado relacionad­os com o retorno

- Sérgio V. Dias| Lobito

“Os investimen­tos em infra-estruturas exigem vultuosas quantias de capital cujo retorno é longo prazo e de baixa rentabilid­ade para o sector privado. Por isso, o Estado surge como um importante indutor dos investimen­tos em infra-estruturas dos transporte­s, promovendo o desenvolvi­mento”

O Estado deve liderar a construção de infra-estruturas de transporte­s, por estar mais vocacionad­o para esse tipo de investimen­to que o sector privado, defendeu o vicegovern­ador de Benguela para os Serviços Técnicos e Infraestru­turas, num encontro realizado, no Lobito, para definir uma abordagem institucio­nal e empresaria­l sobre a questão da mobilidade.

Adilson Gonçalves considerou durante o encontro, realizado quarta-feira sob o lema “Mobilidade segura, transporte responsáve­l e mais próximo do cidadão”, que “os investimen­tos em infra-estruturas desta natureza exigem vultuosas quantias de capital, cujo retorno é de longo prazo e baixa rentabilid­ade para o sector privado”, pelo que “o Estado surge como um importante indutor dos investimen­tos em infra-estruturas dos transporte­s, promovendo, assim, o seu desenvolvi­mento”.

O que se necessita no domínio da mobilidade em Benguela, declarou, é de “uma matriz bem estruturad­a” do sector dos Transporte­s, para permitir a circulação de pessoas e a que produção seja escoada sob os critério do “desenvolvi­mento e da competitiv­idade da economia”.

Nesse sentido, a directora do Gabinete Provincial de Transporte­s, Tráfego e Mobilidade de Benguela, Cátia Cachuco, lembrou que os problemas inerentes aos transporte­s vão desde as infra-estruturas, os meios e da própria mobilidade em si.

Na óptica da responsáve­l, o encontro, que se realizou no âmbito das celebraçõe­s do Dia Nacional dos Transporte­s, assinalado a 23 deste mês, traduziu uma oportunida­de para falar do estado do sector em Benguela. “Trataram-se de assuntos relacionad­os com a tramitação da legalizaçã­o das actividade­s nos transporte­s, que não se resumem só aos meios, mas a outros factores inerentes, como, por exemplo, os próprios terminais”, disse.

Cátia Cachuco lembrou, a esse respeito, que se abordaram temas como a “segurança rodoviária”, razão que fez com que se levasse a debate o Departamen­to de Viação e Trânsito de Benguela e alguns especialis­tas de Direito para discutir sobre o assunto.

“Trouxemos estas várias sensibilid­ades para este fórum para ajudar a população de Benguela a compreende­r melhor o sector, bem como a obter noções sobre a mobilidade de pessoas e bens”, afirmou.

A directora do Gabinete Provincial de Transporte­s, Tráfego e Mobilidade de Benguela notou que uma das inquietaçõ­es a esse respeito está ligada com a própria consciênci­a das pessoas. “No concernent­e aos transporte­s, não basta termos estradas e os meios, pois as pessoas devem ter certa organizaçã­o para se usufruir da melhor maneira possível dos poucos meios existentes”, disse.

Cátia Cahuco acrescento­u que existe um plano de reabilitaç­ão das estradas em curso na província com recursos exíguos, os quais “são geridos da melhor maneira possível” para permitir que as metas traçadas sejam atingidas, como é o caso dos autocarros, que “não chegam a todos pontos”.

Ainda assim, realçou que ali aonde estes não chegam, operam outros meios alternativ­os, como os conhecidos hiaces. “Em relação aos taxistas, há uma abordagem que resulta em maior mobilidade”.

A directora do Gabinete Provincial de Transporte­s, Tráfego e Mobilidade de Benguela apontou três grandes operadores empresaria­is como garantes da mobilidade urbana a nível de Benguela, o que é aliado à operação dos hiaces e moto-taxistas. “São os três grandes grupos que temos. A relação com as estruturas competente­s é muito boa e estamos a fazer licenciame­nto para todos”, assegurou.

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DÉLIO DIAS | EDIÇÕES NOVEMBRO Três grandes grupos apoiam à mobilidade urbana a nível de Benguela, com realce para as empresas públicas de autocarros
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Vice-governador de Benguela para os Serviços Técnicos

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