Estado deve liderar o investimento em infra-estruturas de transportes
Vice-governador da província defende uma “matriz bem estruturada” na provisão de mobilidade, em que a circulação de pessoas e bens ocorra sem as hesitações do capital privado relacionados com o retorno
“Os investimentos em infra-estruturas exigem vultuosas quantias de capital cujo retorno é longo prazo e de baixa rentabilidade para o sector privado. Por isso, o Estado surge como um importante indutor dos investimentos em infra-estruturas dos transportes, promovendo o desenvolvimento”
O Estado deve liderar a construção de infra-estruturas de transportes, por estar mais vocacionado para esse tipo de investimento que o sector privado, defendeu o vicegovernador de Benguela para os Serviços Técnicos e Infraestruturas, num encontro realizado, no Lobito, para definir uma abordagem institucional e empresarial sobre a questão da mobilidade.
Adilson Gonçalves considerou durante o encontro, realizado quarta-feira sob o lema “Mobilidade segura, transporte responsável e mais próximo do cidadão”, que “os investimentos em infra-estruturas desta natureza exigem vultuosas quantias de capital, cujo retorno é de longo prazo e baixa rentabilidade para o sector privado”, pelo que “o Estado surge como um importante indutor dos investimentos em infra-estruturas dos transportes, promovendo, assim, o seu desenvolvimento”.
O que se necessita no domínio da mobilidade em Benguela, declarou, é de “uma matriz bem estruturada” do sector dos Transportes, para permitir a circulação de pessoas e a que produção seja escoada sob os critério do “desenvolvimento e da competitividade da economia”.
Nesse sentido, a directora do Gabinete Provincial de Transportes, Tráfego e Mobilidade de Benguela, Cátia Cachuco, lembrou que os problemas inerentes aos transportes vão desde as infra-estruturas, os meios e da própria mobilidade em si.
Na óptica da responsável, o encontro, que se realizou no âmbito das celebrações do Dia Nacional dos Transportes, assinalado a 23 deste mês, traduziu uma oportunidade para falar do estado do sector em Benguela. “Trataram-se de assuntos relacionados com a tramitação da legalização das actividades nos transportes, que não se resumem só aos meios, mas a outros factores inerentes, como, por exemplo, os próprios terminais”, disse.
Cátia Cachuco lembrou, a esse respeito, que se abordaram temas como a “segurança rodoviária”, razão que fez com que se levasse a debate o Departamento de Viação e Trânsito de Benguela e alguns especialistas de Direito para discutir sobre o assunto.
“Trouxemos estas várias sensibilidades para este fórum para ajudar a população de Benguela a compreender melhor o sector, bem como a obter noções sobre a mobilidade de pessoas e bens”, afirmou.
A directora do Gabinete Provincial de Transportes, Tráfego e Mobilidade de Benguela notou que uma das inquietações a esse respeito está ligada com a própria consciência das pessoas. “No concernente aos transportes, não basta termos estradas e os meios, pois as pessoas devem ter certa organização para se usufruir da melhor maneira possível dos poucos meios existentes”, disse.
Cátia Cahuco acrescentou que existe um plano de reabilitação das estradas em curso na província com recursos exíguos, os quais “são geridos da melhor maneira possível” para permitir que as metas traçadas sejam atingidas, como é o caso dos autocarros, que “não chegam a todos pontos”.
Ainda assim, realçou que ali aonde estes não chegam, operam outros meios alternativos, como os conhecidos hiaces. “Em relação aos taxistas, há uma abordagem que resulta em maior mobilidade”.
A directora do Gabinete Provincial de Transportes, Tráfego e Mobilidade de Benguela apontou três grandes operadores empresariais como garantes da mobilidade urbana a nível de Benguela, o que é aliado à operação dos hiaces e moto-taxistas. “São os três grandes grupos que temos. A relação com as estruturas competentes é muito boa e estamos a fazer licenciamento para todos”, assegurou.