Agência de classificação mantém a nota de risco
Dívida elevada, fraca tendência para o crescimento e desigualdade figuram entre os factores que levaram à manutenção do rating pela Fitch
A agência Fitch reafirmou, sexta-feira, a nota BB- da África do Sul, com perspectiva estável, num comunic a do em queatribuia classificação à elevada e crescente dívida pública, baixa tendência de crescimento económico e alta desigualdade, factores que vão continuar a complicar a consolidação fiscal.
Por outro lado, a agência aponta uma estrutura da dívida favorável, com vencimentos de longo prazo e denominados principalmente em rands, a moeda local , bemcomouma estrutura de política monetária confortável.
As perspectivas levam em consideração o desempenho excedente recente das receitas das receitas fiscais e os fortes esforços do Governo para controlar as despesas, que, se continuados com sucesso, podem l evar à estabilização da dívida, aponta a Fitch.
No entanto, nesta fase, “assumimos que uma parte substancial das recentes receitas mais altas é temporária e vemos as actuais negociações salariais do sector público a apontarem para uma pressão crescente sobre as despesas”, diz a agência.
A Fitch espera que o crescimento do PIB desacelere de 1,6 por cento em 2022 para 1,1 em 2023, devido ao enfraquecimento da economia global e às restrições monetárias, além da debilitação da reabertura póspandemia, com uma ligeira recuperação para 1,7 por cento em 2024.
As previsões assumem que a escassez de energia, que, de acordo com as estimativas do Banco Central da África do Sul, atrapalhou o crescimento este ano em 1,0 ponto percentual, não vai melhorar significativamente e diminui de forma gradual para em 2024.
“Embora investimentos substanciais no aumento da capacidade de produção estejam em andamento, há um risco de que os desequil´+ibrios no fornecimento de energia se deteriorem ainda mais c efeitos crescentes no crescimento”, afirma a agência.
Aumento dos juros
Um dia antes, na quintafeira, o Banco Central da África do Sul decidiu elevar sua taxa básica de juro em 75 pontos-base (pb), de 6,25 para 7,0 por cento.
De acordo com o comunicado em que o aumento é anunciado, a decisão não foi unânime: três membros do Comité de Política Monetária preferiram o aumento anunciado, enquanto dois votaram por uma alta de 50 pb. O Banco Central destaca que, no segundo trimestre deste ano, a inflação ultrapassou o limite superior da meta e deve permanecer acima desse patamar até ao segundo trimestre de 2023.
“A alta inflação e o fraco crescimento económico continuam a moldar as condições globais, apesar das respostas das políticas monetária e fiscal. A guerra na Ucrânia arrasta-se, prejudicando o comércio e elevando os preços de energia, alimentos e outras matériasprimas”, analisa o banco.
Dessa forma, o Banco Central prevê que a economia do país deve crescer 1,8 por cento (de 1,9) este ano e 0,4 ponto percentual no terceiro trimestre.
Prevê-se que o crescimento do quarto trimestre seja de apenas 0,1 por cento. “A economia deverá crescer 1,1 por cento em 2023 (de 1,4) e 1,4 por cento em 2024 (de 1,7), abaixo das projecções anteriores”, ressalta.
Com relação à inflação, a previsão para este ano e o próximo é ligeiramente superior. de 6,7 e 5,4 por cento, respectivamente. Em 2024 e 2025, espera-se uma inflação de 4,5 por cento.