“Ataques a infra-estruturas mostram “desespero” de Putin
O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, considerou, ontem, que os ataques recentes por parte das forças russas contra as infra-estruturas essenciais da Ucrânia “são sinais do desespero” do Presidente russo, Vladimir Putin, que pretende “esconder” os seus falhanços militares.
De visita a Glasgow, na Escócia, o responsável apontou que, face aos ataques à rede eléctrica da Ucrânia, os cidadãos devem “seguir em frente e continuar a expulsar a Rússia”.
“Na frente civil, precisam de proteger a infra-estrutura nacional que Putin está a atacar deliberadamente, na esperança de destruir a sua economia, para que sofram muito durante o Inverno”, disse, citado pelo The Independent.
Wallace salientou ainda a ilegalidade destes ataques, reforçando que, em parte, estas acções do Presidente russo mostram o “desespero de que o seu Exército não está a ser bem sucedido”, dando como exemplo a retirada da cidade de Kherson, que representou uma grande derrota para Moscovo.
“Por isso, para esconder os fracassos, Putin tem destruido infra-estruturas civis”, disse.
Ainda assim, o ministro avisou que o Kremlin não deve ser subestimado, uma vez que, neste momento, “a Rússia é um país que não se importa com a sua população e que envia jovens para a sua morte”, o que continuará a fazer.
O responsável rematou, por i sso, considerar ser “muito, importante continuar a mostrar o nosso compromisso, apoio e solidariedade a nível internacional para com a Ucrânia”.
Sexta-feira, o Presidente russo reuniu-se com mais de uma dúzia de mães de soldados que lutam na Ucrânia, dizendo que perderam os seus filhos que tanto ele, como toda a liderança russa sentem o seu sofrimento. Além disso, apelou para que não confiem naquilo que lêem na Internet, uma vez que “há todo o tipo de falsificação, engano, mentira”.
De notar ainda que quase metade dos habitantes de Kiev continuavam, sextafeira, sem electricidade, e dois terços sem aquecimento, dois dias depois dos ataques russos terem voltado a visar infra-estruturas críticas, numa altura em que as temperaturas negativas chegam à região.
A estratégia de Moscovo de bombardear instalações energéticas, seguida desde Outubro num cenário de recuos militares, é considerada “crime de guerra” pelos aliados ocidentais da Ucrânia e qualificada como um “crime contra a humanidade” pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.