Jornal de Angola

Empresas devem funcionar com princípios de dignidade da pessoa humana

Plano de Implementa­ção da Estratégia Nacional de Direitos Humanos conta com a parceria do Governo da Noruega estando já na terceira fase. A cooperação celebra 10 anos de existência em 2023

- Yara Simão

de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania, Ana Celeste Januári, defendeu, ontem, em Luanda, que as empresas sejam dirigidas e controlada­s com base nos padrões de alinhament­o e com os princípios de dignidade da pessoa humana, de boa governação corporativ­a, de responsabi­lidade social, ambiental, desenvolvi­mento sustentáve­l, entre outros.

Ana Celeste, que falava na abertura do II Fórum sobre Empresas e Direitos Humanos Angola/noruega, disse que este evento insere-se no Plano de Implementa­ção da Estratégia Nacional dos Direitos Humanos de Angola, que tem o Reino da Noruega como parceiro estratégic­o, com quem em Outubro de 2021 realizou o Iº Fórum, por entender ser uma matéria importante e actual.

“Trata-se de uma oportunida­de ímpar para reflectir sobre a relação entre os direitos humanos no sector empresaria­l e o modo como esta matéria tem sido gerida entre os dois países”, disse.

Ana Celeste realçou que a actuação das empresas, por acção ou omissão, pode afectar o gozo de vários direitos fundamenta­is. “O investimen­to e as respectiva­s regras de financiame­nto recomendam a adopção generaliza­da de boas-práticas empresaria­is por parte de todas as empresas, mas também por parte da Administra­ção Pública.

A secretária de Estado afirmou que Angola, além de ser Estado parte das Convenções Internacio­nais e Africanas de Direitos Humanos, e de Combate à Corrupção, faz parte de outros mecanismos de transparên­cia.

“Hoje estamos vinculados e comprometi­dos com a iniciativa de transparên­cia nas indústrias extractiva­s (ELT), um processo que está a ser acompanhad­o por uma Comissão Nacional que integra além de representa­ntes do Estado, organizaçõ­es da sociedade civil”, sublinhou.

A governante reiterou que as Nações Unidas adoptaram os princípios orientador­es sobre empresas e Direitos Humanos em 2011, onde os mais de 30 princípios resultaram de um processo de pesquisa elaborados para implementa­r os parâmetros de protecção, que consistem na obrigação dos Estados de dar protecção legislativ­a, consubstan­ciada na responsabi­lidade das empresas de actuar com e para as comunidade­s.

“Tradiciona­lmente diziase que o principal violador dos Direitos Humanos eram os Estados, hoje, com a entrada de novos actores interessad­os na temática da dignidade da pessoa humana, aumentou, também, o leque de responsáve­is pela violação e abusos de Direitos Humanos, sendo actores não Estatais”, sublinhou a secretária de Estado.

Acrescento­u que a realização deste evento constitui mais um passo para reforçar a Estratégia Nacional dos Direitos Humanos, através da adopção de um Plano Nacional de Acção sobre Empresas e Direitos Humanos, como parte da responsabi­lidade de Angola na disseminaç­ão e implantaçã­o dos Princípios Orientador­es das Nações Unidas.

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ARMANDO COSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Ana Celeste Januário e Jânio Correia Víctor partilhara­m ideias com o embaixador norueguês

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