Mostra de Nguxi dos Santos ultrapassa as expectativas
A exposiçãofotográfica “Vozes e silêncios da voz poética de Neto”, de Nguxi dos Santos, patente no Palácio de Ferro até dia 17 de Dezembro, superou as expectativas da comissão directiva do Festival Nacional de Cultura (FENACULT) e do público.
Na exposição fotográfica, Nguxi dos Santos como homem de imagem retrabalhou fotografias de Agostinho Neto relacionando com alguns poemas do autor de “Sagrada Esperança”.
O artista fez uma visita guiada em que explicou a razão das propostas de poemas como: “Adeus à Hora da Largada”, “Sábado nos Musseques”, “Caminho do Mato”, “Mussunda Amigo”, “Um bouquet de rosas”, “A Renúncia Impossível”, “Não me peças sorrisos”, “Crueldade”, “Noites de Cárcere”, “Sinto na minha voz”, “Desfile de Sombras”, “Negação” e “Ópio”. Pedro Chinjangi, coordenador do FENACULT, elogiou o projecto e considerou que a exposição de Nguxi dos Santos superou as expectativas. Segundo o autor, o projecto foi concebido para que os angolanos rebusquem os poemas de Agostinho Neto e perceber a intemporalidade dos textos.
Reconheceu que foi a forma que teve a para contribuir nas comemorações do centenário do nascimento de Agostinho Neto e na III edição do FENACULT, tendo reforçado os agradecimentos ao Ministério da Cultura e
Turismo e ao escritor Cristóvão Neto, que foi determinante n a fase da elaboração da exposição.
O autor do texto de apresentação da exposição, Cristóvão Neto, afirmou que em “Vozes e silêncios da voz poética de Neto” Nguxi dos Santos teve a ousadia de fazer uma desconstrução de parad i g mas, d e s e n t i d o s , erguendo novos sentidos, por via da inversão do olhar; um novo olhar para realidades controvertidas, com o seu olhar artístico, como um homem do audiovisual comprometido com a cultura.
Vários motivos culturais marcaram a inauguração da exposição, com destaque o momento quando ao académico e poeta Cristóvão Neto em determinados momentos se juntou Aminata Goubel “Mamã África” para a declamação de poemas. Para encerrar, a coreógrafa Ngau Moyo exibiu uma pequena coreografia onde combinou dança e a música à poesia de Neto.
O vice-governador de Luanda para a área política e social, Manuel Gonçalves, felicitou o autor a exposição, tendo destacado os valores patrióticos na poesia de Agostinho Neto.
O músico e nacionalista Carlos Lamartine, que privou com o Fundador da Nação, recordou os momentos que antecederam a Independência Nacional, quando na companhia de Rui Mingas, Manuel Rui e Carlitos Vieira trabalharam nos arranjos do Hino Nacional.
O adido cultural da embaixada de Cuba em Angola, Raúl Hernandez, foi outro convidado que tomou a palavra para felicitar o autor da mostra fotográfica, assim como os membros da Ananzeto.
Nguxi dos Santos é jornalista reformado da Televisão Pública de Angola, por duas vezes vencedor do Prémio Nacional de Cultura e Artes. Tem realizado vários documentários, programas e exposições fotográficas.
Neto na visão dos artesãos
Uma feira de artes sob o lema “Neto na Visão dos Artesãos” decorreu de 22 a 28 do mês em curso, no Palácio de Ferro, em Luanda, com a participação de mais de 20 expositores, sob a coordenação de Lando Job, que fez um balanço positivo da actividade.
Samuel Kilunguila, um dos expositores, considerou que a falta de divulgação teve um impacto negativo nas vendas, mas como vantagem apontou o intercâmbio com outros expositores e os contactos com os feirantes.
Para o FENACULT foram programadas várias exposições, nomeadamente “Neto na Visão dos artistas”, no Salão da UNAP, exposição fotográfica patrimonial “Lugares de memória sobre Agostinho Neto”, no Palácio de Ferro, “Neto e a protecção ambiental: o caso da I Semana da conservação da Natureza”, no Museu da História Natural, “Neto e a Independência económica de Angola: a criação do Kwanza”, no Museu da Moeda.