Jornal de Angola

Bito marca ao cair do pano e mantém “vivo” 1º de Agosto

Militares derrotaram o Petro de Luanda num espectácul­o, aberto, bonito e bastante equilibrad­o

- Paulo Caculo

do 1º de Agosto (10), ontem, no Estádio 22 de Junho, assentou na rigorosa ocupação de espaços e na bem articulada capacidade de pressão sobre os elementos nucleares do Petro de Luanda.

O empate talvez fosse o resultado mais justo. Porém, a eficácia ofensiva espelhada pelos militares, com golo conseguido já nos minutos de descontos, acabou por decidir o 84º clássico.

Disputado, pela primeira vez no Estádio 22 de Junho, o confronto entre Petro e 1º de Agosto correspond­eu com as expectativ­as.

As duas equipas entraram para o terreno de jogo com sistemas tácticos semelhante­s. Tal postura contemplou ambos os ataques, tendo o jogo sido pautado pela divisão da posse de bola e das ocasiões de golo.

Pese o equilíbrio, os tricolores chegaram a dispor das mais flagrantes oportunida­des para marcar. Megue, aos 9', colocou a prova Neblu, num remate forte e cheio de intenções, para Tiago Azulão, aos 32', de cabeça, provocar a sensação de golo à baliza militar.

Mas, aos "insultos" do adversário, a equipa do 1º de Agosto teve sempre uma pronta-resposta. Aliás, Hossi

e Dago, aos 26' e 38' quase desbloquea­ram a muralha defensiva tricolor.

Nessa altura, já o jogo estava aquecido, com parada e resposta, numa toada de ora ataco eu, ora atacas tu.

Era na zona intermédia do relvado onde sentia- se a intensidad­e e dureza das jogadas. Por vezes a roçar a virilidade. O ataque de nervos nos dois bancos, levou o árbitro a distribuir cartões para serenar os ânimos.

Tal como se previa, Alexandre Santos até mudou o "onze", mas o sistema e a qualidade do futebol do Petro não mudou. Do outro lado do relvado, Filipe Nzanza impôs a regra assente na máxima, em equipa que ganha não se mexe.

A dinâmica imprimida ao desafio por ambos os conjuntos, cedo contribuiu para a qualidade do espectácul­o.

E, se o futebol fosse como na culinária, diríamos que Alexandre Santos e Filipe Nzanza misturaram, ontem, na dose perfeita os melhores ingredient­es para confeccion­arem uma boa refeição.

Mas, analogias à parte, tricolores e militares protagoniz­aram uma exibição muito competente. Não tão pressionan­te e intensa como nos jogos anteriores, mas construída de uma forma

inteligent­e e principalm­ente com muita qualidade. E, diga-se, nesse aspecto, foram exibições com notas artísticas justificad­a pelas jogadas com arte e engenho, que ajudaram a enriquecer o espectácul­o.

Na verdade, a postura ofensiva e de pressão alta adoptada por tricolores e militares permitiu às equipas gozar de espaços para jogar, dominar em alguns períodos, mas manter sob controlo os respectivo­s jogos.

Os militares jogavam de forma curta, juntavam linhas para fazer desaparece­r os espaços ao Petro que, digase, em amor à verdade, teve momentos muitos bons, em que sujeitou o opositor à períodos de grande calafrios.

A ponta final do jogo foi dramática, com a bola a rondar, de forma insistente, ambas as balizas. E quando se pensava que o empate seria o desfecho do clássico, aconteceu o inesperado para os tricolores. Estava a bola a ser jogada na área do 1º de Agosto, quando numa rápida recuperaçã­o da bola, a equipa militar faz um contra-ataque, que apanha em contra-pé a defesa do Petro. Bito, servido por César Cangue, só teve de empurrar. Decorria o último dos seis minutos de descontos fornecidos pelo árbitro.

 ?? M.MACHANGONG­O | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Jovem Bito decidiu ontem o clássico número 84 disputado no Estádio 22 de Junho
M.MACHANGONG­O | EDIÇÕES NOVEMBRO Jovem Bito decidiu ontem o clássico número 84 disputado no Estádio 22 de Junho

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