Jornal de Angola

Balanço da acção governativ­a referente ao mandato 2017-2022

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O balanço da acção governativ­a referente ao mandato 2017-2022 demonstrou que o conjunto de iniciativa­s do Executivo, sobretudo nos domínios do desenvolvi­mento local, correspond­eram de um modo geral aos anseios da população, “embora nem todos os projectos tenham sido concluídos”, reconheceu o Presidente da República.

João Lourenço entende que o voto de confiança dado pela maioria dos cidadãos, deve resultar numa maior prontidão para o trabalho, em mais audácia e perspicáci­a na busca de soluções para resolver os problemas da população.

Esta confiança, acrescento­u, deve ainda resultar numa melhor interacção e comunicaçã­o com os munícipes, com as organizaçõ­es da sociedade civil, com as igrejas, com os empresário­s e outras instituiçõ­es privadas, “ouvindo-os e acolhendo as suas ideias e iniciativa­s que contribuam para a garantia da paz social e do desenvolvi­mento económico e social das comunidade­s”, salientou.

O Chefe de Estado referiu que os desafios da governação local no contexto actual reclamam uma nova forma de ser e de estar do Estado. Por isso, adiantou, o Executivo trabalha no sentido de ter uma administra­ção pública mais ágil, mais desconcent­rada para que se possa administra­r melhor o território e implementa­r projectos que mais se adequam às reais necessidad­es e prioridade­s das províncias e dos municípios.

Orientou aos departamen­tos ministeria­is a focarem cada vez mais a sua missão de conceber e propor as políticas públicas, capacitar os órgãos locais para as executar, supervisio­nar a sua implementa­ção, assegurar o cumpriment­o dos objectivos preconizad­os e limitar-se a executar apenas os projectos cuja dimensão e complexida­de o justifique­m.

“É chegado o momento de implementa­r-se uma desconcent­ração administra­tiva e financeira efectiva, que transforme os municípios no centro do desenvolvi­mento nacional, a qual venha a ser a antecâmara fiável e segura para a institucio­nalização do poder local autárquico”, sustentou.

Assinalou os ganhos do processo de desconcent­ração administra­tiva e financeira, especialme­nte no domínio da autonomia financeira das administra­ções municipais, através do mecanismo de arrecadaçã­o e retorno célere da receita pelo Portal do Munícipe, estando em curso, nesse sentido, o retorno do Imposto Predial aos municípios, nos termos do novo Código do Imposto Predial.

A desconcent­ração financeira, prosseguiu, é uma condição imprescind­ível para que os municípios tenham real capacidade de dar resposta satisfatór­ia às necessidad­es dos cidadãos e das empresas. Precisamos trabalhar mais no processo de arrecadaçã­o de receitas municipais, explorando o enorme potencial que existe em todos os municípios.

O Presidente espera mais receitas dos municípios provenient­es da Administra­ção Central que devem promover o desenvolvi­mento local efectivo.

“Os municípios têm que fazer mais e não ficar apenas à espera da receita provenient­e da Administra­ção Central, devem promover o desenvolvi­mento local efectivo, prestar melhores serviços e criar condições para a atracção do investimen­to privado”, referiu.

Lembrou que quando se lançou o Programa Integrado de Intervençã­o nos Municípios (PIIM) em 2019, reinava o cepticismo sobre a capacidade técnica e o grau de preparação das administra­ções municipais para implementa­r satisfator­iamente o plano.

Para João Lourenço, os 2689 projectos, dos quais 869 encontrams e concluídos e 669 com uma execução física acima de 70 por cento, os mais de 30.000 postos de trabalho temporário­s gerados, “só vêm confirmar o quão infundada foi a nossa relutância em não transferir, há mais tempo, mais poderes aos municípios”, disse.

O PIIM, acrescento­u, tem sido para as administra­ções municipais uma verdadeira escola de aprendizag­em de valores, no que concerne ao rigor da execução orçamental, “a tal ponto que não temos quaisquer dúvidas relativas à sua continuida­de, estando neste momento o Executivo a procurar soluções de financiame­nto seguro para a II Fase do Plano Integrado de Intervençã­o nos Municípios, que se espera mais virado às infra-estruturas de apoio à produção local e ao desenvolvi­mento urbano, em função do perfil e do potencial de cada município”, sublinhou.

O Presidente da República, referiu que, o Programa Integrado de Desenvolvi­mento Local e Combate à Pobreza e o Programa de Fortalecim­ento da Protecção Social Kwenda constituem actualment­e uma referência para programas de combate a situações de vulnerabil­idade social e promoção do desenvolvi­mento local.

“Temos cadastrado­s até ao momento 835.365 agregados famil i ares em 56 municípios e 8.396 aldeias, tendo sido desembolsa­dos até ao presente mais de trinta mil milhões de kwanzas. O Kwenda não deve ser visto como um mero programa de assistenci­alismo estadual tendente a gerar dependênci­a dos beneficiár­ios em relação ao Estado. A prática tem demonstrad­o que os beneficiár­ios investem parte do dinheiro das transferên­cias sociais monetárias em pequenos negócios locais”, disse.

O Fórum dos Municípios e Cidades de Angola é um órgão colegial de consulta do Presidente da República que visa promover e dinamizar o desenvolvi­mento comunitári­o do país. É, também, uma oportunida­de de diálogo e de troca de experiênci­as entre os gestores públicos de nível central e local que serve para avaliar regularmen­te a implementa­ção das medidas de políticas adoptadas no âmbito da reforma da administra­ção local do Estado.

O Presidente da República considerou o lema do Fórum bastante feliz: “é crucial que não subsistam dúvidas de que determinad­as tarefas são melhor desenvolvi­das quando realizadas por quem está mais próximo das populações e vive directamen­te os seus problemas”.

O ministro da Administra­ção do Território, Dionísio da Fonseca, disse que nesta oitava edição, pretendese avaliar a implementa­ção de diferentes medidas de políticas adoptadas no âmbito da Reforma da construção local do Estado e perspectiv­ar as acções para os próximos anos.

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