Jornal de Angola

Polícias reforçam acções contra a violência doméstica

- André Brandão | Ndalatando

do Ministério do Interior (MININT), no Cuanza-norte, vai reforçar as acções que visam combater os casos de violência doméstica e outros males que enfermam as famílias, disse, ontem, em Ndalatando, o seu responsáve­l.

O comissário António Rosário Neto exortou, por i s s o, os efectivos do MININT a serem exemplos dessa luta, devendo ser os pioneiros a se despirem das práticas de violência doméstica e outros males que mancham a boa imagem da corporação.

O delegado provincial do MININT, que falava num acto enquadrado nos 16 dias de activismo pelo fim da violência contra as mulheres, realçou que a luta contra esse mal não deve ser encarada de forma isolada, pois, todos unidos é mais fácil contrapor a problemáti­ca.

O comissário espera que, durante a campanha, que decorre sob o lema “Juntos no Combate da Violência Doméstica Baseada no Género Rumo à Uma Sociedade Justa e Inclusiva”, os efectivos ajudem a população a evitar condutas socialment­e condenávei­s e adoptar comportame­ntos mais saudáveis para as famílias.

António Rosário Neto sublinhou que os trabalhos abnegados da Associação de Apoio à Mulher Polícia de Angola (AAMPA), através de palestras de sensibiliz­ação às comunidade­s, é um exemplo claro de como se pode contribuir para a elevação do sentimento de segurança na sociedade, sobretudo, nas famílias.

O responsáve­l considerou que as mulheres associadas à AAMPA, no Cuanza-norte, têm sido as maiores activista no seio da corporação na luta contra o VIH/SIDA, ao sensibiliz­arem e conscienci­alizarem sobre os riscos da enfermidad­e e informarem das formas de prevenção de um dos males que muito desestabil­iza as famílias angolanas.

A presidente da AAMPA, subcomissá­ria prisional Elisa Salvador, denunciou que, em Angola, ainda existem mulheres e meninas que sofrem calada à violência doméstica, abus os s exuais e out r os maus-tratos.

A subcomissá­ria avançou que “o número exacto de estupros e agressões sexuais no país é difícil de se confirmar, mas, também, porque há impunidade de estuprador­es, por não serem denunciado­s pelas pessoas agredidas”, lamentou.

Elisa Salvador referiu que os 16 dias de activismo deve servir para as pessoas ganharem maior conscienci­alização sobre a necessidad­e de se erradicar a violência contra a mulher e divulgar os mecanismos legais para coibir a violência no género.

Mais de quatro mil casos

O chefe de Departamen­to da Família e Igualdade do Género, no CuanzaNo r t e , E l i s e u B e nto Miguel, salientou que de Janeiro a Novembro deste ano, o sector registou 4.096 casos de violência doméstica, o que representa uma diminuição de 246 ocorrência­s.

Eliseu Miguel explicou que, maioritari­amente, os casos de violência doméstica estão relacionad­os com agressão física, falta de prestação de alimentos, entre outros, que não despoletam em processos-crime, por falta de denúncia.

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ANDRÉ BRANDÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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