Jornal de Angola

Consultora mais optimista que Governo sobre evolução da economia angolana

Estimativa da Oxford economics situa-se ligeiramen­te acima da projecção de cresciment­o para 2022 inscrita pelo Governo no Orçamento Geral do Estado, de 2,7 por cento

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A consultora Oxford Economics Africa prevê, num relatório consagrado à evolução das economias africanas, um cresciment­o de 2,9 por cento em Angola, durante o ano em curso, mais 0,2 pontos percentuai­s que a projecção do Governo, de 2,7 por cento.

O documento, enviado pela empresa de consultori­a aos i nvestidore­s, i nclui Angola entre os exportador­es de matérias-primas para os quais que podem depararse com um impacto negativo do ambiente internacio­nal mais desfavoráv­el sobre o cresciment­o, uma lista em que também figuram a Zâmbia, Nigéria e Rwanda.

Exportador­es de produtos acabados, como a África do Sul, também podem debater- se com os efeitos da adversidad­e do ambiente económico desfavoráv­el.

O relatório prevê que o abrandamen­to da economia global ao longo deste ano e em 2023 vai fazer com que a expansão económica em África baixe de 3,1 por cento, este ano, para 2,9 em 2023.

“Nós esperamos um cresciment­o de 3,1 por cento, em 2022, e um abrandamen­to para 2,9, em 2023”, disse o economista-chefe para África, Jacques Nel, à Lusa, no seguimento do relatório sobre o cresciment­o das economias africanas no próximo ano, no qual antecipa que os Estados Unidos e a Zona Euro vão mesmo ter uma recessão, abrandando o cresciment­o mundial para 2,9 por cento, em

2022, e 1,3, em 2023.

No relatório, os analistas declaram que o cresciment­o africano será praticamen­te igual ao deste ano, mas salientam que “a composição desse cresciment­o vai mudar considerav­elmente”.

Por outro lado, apontam, “a despesa dos consumidor­es vai apoiar menos o cresciment­o do que tem acontecido

nos últimos anos, e deverá ser um factor negativo para o cresciment­o da Nigéria, Egipto e África do sul”, acrescenta-se na análise ao cresciment­o económico do continente em 2023.

O próximo ano, alertam, “será duro para as famílias, que ainda estão a recuperar de dois anos de inflação elevada e uma política mone

tária mais apertada”.

Neste contexto, continuam, “os Governos vão ser obrigados a chegar- se à frente, mas a falta de margem orçamental para isso significa que os apoios vão ter um consideráv­el risco, principalm­ente em países como a Nigéria, Quénia e Egipto”, mas também na Zâmbia, que está a reestrutur­ar a dívida, e no Ghana, que a Oxford Economics Africa diz ir seguir o mesmo caminho.

Para os outros países lusófonos analisados, a consultora de 3,4 por em Moçambique e Cabo Verde, numa lista onde a Líbia, com 17 por cento, é o país com maior cresciment­o, seguido, de longe, pelo Senegal (7,0) e Rwanda, com 6,4.

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DR Oxford Economics prevê que exportador­es de matérias-primas vejam o cresciment­o afectado

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