Produção aquícola cai cerca de 28 por cento face a 2021
A produção no sector da aquicultura cifrou-se 1.834 toneladas de pescado de Janeiro a Novembro do corrente ano, menos 27,6 por cento que a produção de 2.536 toneladas observada no ano passado, de acordo com dados avançados, ontem, em Luanda, pelo Departamento de Aquicultura do Ministério das Pescas e Recursos Marinhos António Sanda Onde.
Ao falar sobre o actual contexto da produção aquícola, no Conselho de Gestão Integrada dos Recursos Biológicos Aquáticos, António
Sanda Onde notou que, em 2020, a produção foi de 2.104 toneladas, numa indicação da inflexão da tendência da crescimento e de que a oferta gerada ainda é reduzida.
Outro aspecto importante da baixa produção, é que os dados reportados não condizem com o valor real da produção no seu todo, porque muitos aquicultores não apresentam os números do desempenho. A título de exemplo, indicou, exercem a actividade mais de mil aquicultores e só 161 fornecem dados.
“Os dados reais apontam para mais de duas mil toneladas, porque durante o Conselho chegaram-nos mais informações, vindos do Centro de Massango que registou 15 toneladas e uma empresa privada que produziu 25 toneladas”, frisou
Para colmatar o défice da oferta, António Sanda Onde defende que o Governo aposte mais no sector, sendo fundamental, nesse domínio, a recuperação dos quadros do sector que o Ministério formou nos últimos anos e do Centro de Aquicultura dos Ramiros, que está totalmente paralisado por falta de energia.
“Há poucos técnicos qualificados e o sector formou, desde 2014, mais de 600 quadros que não são aproveitados”, sublinhou, destacando ser necessário que a tutela aposte na formação de mais especialistas, porque muitos que exercem funções não têm formação e muito menos domínio do que fazem, tornando-se uns amadores.
António Sanda Onde apontou o alto preço da ração, a rondar os 25 mil kwanzas e a falta de financiamento para os produtores entre as principais dificuldades dos operadores da aquicultura, considerando que sem financiamento, o empresariado do sector não tem como aumentar a produção. “Os aquicultores apresentamnos sempre estas preocupa
ções: dizem que vão à banca pedir crédito e dificilmente têm sucesso”, frisou.
Ao proferir o discurso de abertura do Conselho de Gestão Integrada dos Recursos Biológicos Aquáticos, o secretário de Estado para as Pescas, António da S i l va , g a r a n t i u q u e o Governo está a traçar planos estratégicos para solucionar as questões que se colocam à produção aquícola e os constrangimentos vividos pelos produtores.