Casa Militar garante apoio à família
Em declarações à imprensa, à margem da cerimonia fúnebre, o ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, general Francisco Furtado, garantiu apoio contínuo à família do malogrado.
“Agora, vamos abraçar a família e prestar todo o apoio, porque ele era o patriarca de toda a família”, garantiu o general Furtado. “Começamos a receber mensagens de toda a família, desde o primeiro dia da sua morte, e esperamos continuar a apoiá-los e dar atenção”.
O ministro de Estado disse que o chefe do Estado-maior General adjunto para a Área Operacional de Desenvolvimento das Forças Armadas tinha na forja o lançamento do seu primeiro livro. “A obra já está concluída, e vamos ajudar com a sua divulgação para que a juventude e a sociedade saiba quem foi o general Kamorteiro”, frisou o general Furtado.
“As enciclopédias vivas estão a desaparecer, e o general Kamorteiro era uma dessas enciclopédias. Há necessidade de passarmos essas mensagens através de ciclos de conferências, encontros e fogueiras de combatentes, como era feito antigamente, para que esta geração militar e os jovens, de modo geral, compreendam que este país não começou do nada. E com isto, ensinar a juventude que tem rumo, está em paz e a construir a sua democracia. Esse país tem futuro e tem que ser cativado para os jovens”, sublinhou.
Francisco Pereira Furtado partilhou uma das experiências mais marcantes com o general Kamorteiro, lembrando que os dois tiveram a grande responsabilidade de conduzir o processo de selecção das 35 áreas de aquartelamento, nas 17 províncias do país, de Março de 2002 a Julho do mesmo ano.
Sabedoria de um pai narrada por um dos filhos
No momento reservado à homenagem familiar, um dos filhos do general, Orion Ukwachitembo, em jeito de poema, recordou que um dia antes da sua morte, o pai sentou consigo e pediu-lhe para preparar a tese de doutoramento. Em resposta, “disse-lhe que estava quase concluída”.
Orion Ukwachitembo, passando as palavras que marcaram a última conversa com o pai, disse: “Para coisas que não podem ser mudadas, só nos resta a paciência”. Continuou: “Preferir a derrota prévia e a dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. E tu mereces uma oportunidade de ser um filho melhor, para continuares o meu legado, porque para cada erro há, o perdão, e para cada fracasso há sempre uma chance.”
Humildade e simpatia
Para o deputado do Grupo Parlamentar do MPLA, Roberto Leal Monteiro “Ngongo”, Kamorteiro destacava-se, também, pela sua humildade e reconhecimento de que a pátria pertencia aos filhos de Angola.
O deputado da UNITA, Alcides Sakala, disse que o general Kamorteiro foi construtor dos pilares da reconstrução nacional, e será lembrado, desta maneira, na história moderna de Angola pós conflito.