A experiência de superar a discriminação

Jornalista do canal de televisão Girrassol, Janeth Meio Dia, de 25 anos, é portadora de deficiência física. Contraiu poliomielite na infância, aos 3 anos, e teve os membros inferiores paralisados, até hoje.

Quando criança, conta, ainda brincou com as outras até aos nove anos. Depois passou a sofrer “bullying” e ficou muito inibida. “Muitas vezes ao andar sem a cadeira de rodas, porque a usava mais na escola, passava no meio das outras com a cara baixa, para que não fosse notada e sofrer agressões verbais”, revelou.

Com o apoio da família, onde sempre foi tratada de modo igual e foi ensinada a fazer tudo sem olhar as limitações. Mas, revela, já teve situação de rixas com as colegas na escola por terem gozado com a deficiência. Hoje, lida bem com os colegas e se considera uma pessoa simpática.

Entre as dificuldades e barreiras que mais encontra, disse, são a nível arquitectónico e transportes. “Apesar da existência de um mecanismo jurídico legal, que salvaguarda o direito da pessoa com deficiência, ainda assim, infelizmente, a vida da pessoa é muito complicada”, salientou.

A jovem acredita que essa dificuldade leva a que muitas pessoas com deficiência sejam limitadas, por receio de ir à luta e superarem as dificuldades. A fiscalização da lei e a criação de políticas de implementação de disciplinas, assim como a questão da acessibilidade no sistema de ensino, são fundamentais para uma inclusão efectiva.

A trabalhar na televisão, está a fazer o 4º ano de Comunicação Social, da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto. Apesar da paixão pela rádio, considera a experiência na televisão uma vitória em meio às dificuldades que as pessoas com deficiência passam.

Actualmente, adiantou, considera-se uma inspiração para outras pessoas com deficiência, de quem tem recebido inúmeros elogios. “As pessoas com deficiência devem ir atrás dos sonhos, superarem as barreiras, estudarem e se potencializar, de forma a acabar com a imagem de que o portador de deficiência só vive da mendicidade”.