Futuro de Ramaphosa decidido terça-feira
A reunião do Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder na África do Sul, que deveria discutir, sexta-feira, a continuidade do Presidente Cyril Ramaphosa, à frente da agremiação, foi adiada para terça-feira, altura em que decorrerá o debate parlamentar para analisar o relatório sobre o seu suposto envolvimento em casos de corrupção.
Segundo a Reuters, esperava-se que o Comité Execut ivo do ANC discutisse, sexta-feira, o relatório elaborado por uma comissão criada para investigar as acusações de Ramaphosa de ter violado da Lei Anti-corrupção.
Cyril Ramaphosa terá violado a Lei Anti-corrupção por ter sido encontrado em uma das suas fazendas , em 2020, mais de quatro milhões de dólares, guardados em caixas, que alegou ter adquirido através da venda de gado e búfalo.
O tesoureiro- geral do ANC, Paul Mashatile, disse, sexta-feira, a jornalistas, que os principais funcionários do partido já discutiram o relatório antes de se reunirem para um debate parlamentar na terça-feira.
“Nós consideramos isso um assunto urgente. Como se sabe, o Parlamento reunirá no dia 6", sublinhou Mashatile. Os legisladores devem debater nesse dia o relatório e votar se devem prosseguir com um processo de destituição do Presidente.
Ramaphosa negou irregularidades, dizendo que o dinheiro roubado era produto da venda de animais na sua fazenda e que ele “não estava envolvido em nenhuma conduta criminosa”.
No entanto, o relatório parlamentar questiona a sua explicação, bem como a origem do dinheiro e as razões que o levaram a omitir a existência do montante às autoridades fiscais.
Na sexta-feira, Ramaphosa foi confrontado com apelos da oposição para a demissão. Os apelos seguemse a alegações do antigo chefe dos Serviços Secretos sul-africanos Arthur Fraser de que Ramaphosa terá tentado esconder o caso sobre roubo de uma elevada quantia de dinheiro encontrada na sua quinta, Phala Phala, em 2020.