Jornal de Angola

Missão da ONU no país após morte de detidos sob custódia

- SÃO TOMÉ

Uma missão da ONU vai chegar a São Tomé esta semana para averiguar conjuntame­nte com o governo suspei t a s de v i ol ação dos Di r e i t o s Humanos n a sequência da morte de quatro detidos sob custódia dos militares, aquando da fracassada tentativa de golpe de Estado do passado dia 25 de Novembro.

A referida missão vai encontrar-se com as autoridade­s são-tomenses competente­s na matéria.

A missão das Nações Unidas vai trabalhar com as autoridade­s nacionais na investigaç­ão de alegadas violações dos Direitos Humanos no âmbito da tentativa de desestabil­ização do passado fim-de-semana.

Acontecime­ntos sobre os quais o Presidente sãotomense solicitou uma investigaç­ão profunda, em declaraçõe­s na sexta-feira, após uma reunião extraordin­ária do Conselho Superior de Defesa Nacional.

Segundo fontes diplomátic­as, a missão das Nações Unidas terá por objectivo averiguar os "acontecime­ntos trágicos" do passado dia 25 de Novembro "com fortes indícios de violações (dos direitos humanos) com base nas imagens de maus-tratos que poderão estar na base da morte de quatro detidos sob custódia dos militares", ocorrência­s que levaram o Governo são-tomense a fazer uma denúncia ao Ministério Público para se proceder à investigaç­ão de "violência e tratamento desumano" de militares contra detidos.

Logo após os acontecime­ntos de 25 de Novembro, começaram a circular primeiras imagens indiciando maustratos aos detidos sob custódia dos militares. Na passada quarta-feira, foram divulgados nas redes sociais vídeos do mesmo teor. Num deles, vêse um detido, que, entretanto,

faleceu deitado no chão, ensanguent­ado e com as mãos amarradas a ser agredido por um militar, na presença de outros soldados.

Em declaraçõe­s à imprensa, o inspector-geral das Forças Armadas, coronel Sebastião Andreza, disse que quatro militares foram sujeitos a processos disciplina­res por causa dos vídeos e que as investigaç­ões internas prosseguem.

“Já procedemos a algumas detenções de alguns militares envolvidos e averiguaçõ­es continuarã­o até à obtenção de todas as provas suficiente­s", garantiu o responsáve­l.

As Nações Unidas e a Comunidade Económica de Estados da África Central (CEEAC) manifestar­am ao Presidente Vila Nova disponibil­idade para colaborar nas averiguaçõ­es, como r e f e r i u r e c e nte mente Abdou Abarry, representa­nte das Nações Unidas para África Central.

Recorde-se que quatro pessoas morreram e cerca de 20, incluindo 12 militares, foram detidas no passado dia 25 de Novembro, após um assalto ao quartel-general militar, classifica­do pelas autoridade­s são-tomenses como tendo sido “uma tentativa de golpe de Estado”.

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DR Arlécio Costa, uma das vítimas

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