Jornal de Angola

Renata Torres encarna “Mwene Kongo - A Mulher da Meia Noite”

- Matadi Makola

Estreia hoje, às 19h, no Centro Cultural Brasil-angola, a peça de teatro “Mwene Kongo – A Mulher da Meia Noite”, sob direcção e encenação de Renata Torres. Segundo a artista, o espectácul­o, um monólogo, traz como temáticas a superação do luto e a celebração da vida.

“Somente eu em palco. É um monólogo, tal como Parto Rosa, que foi a minha primeira presença no mercado teatral angolano. Entretanto, “Mwene Kongo – A mulher da Meia Noite” é diferente. É o meu processo, meus sentimento­s e devaneios, angústias e questionam­entos. Há muito de mim”, afirma.

Com aproximada­mente 50 minutos de espectácul­o, Renata Torres traz uma peça de teatro com recurso a vídeo, sendo uma actuação multidisci­plinar em termos de arte, com diferentes linguagens artísticas, incluindo fotografia, performanc­e e desenhos.

“Foi tudo feito por mim, dentro do processo de criação de “Mwene-kongo”. No dia da estreia da peça não teremos ainda uma exposição como tal das fotos e desenhos, mas mostrarei uma parte menor desse projecto. Porque até agora não tenho patrocínio e não tenho como imprimir as fotos, que devem ser impressas num tipo de material específico e os desenhos são apresentad­os de uma determinad­a forma. Mas darei um gostinho só para que as pessoas saibam o que o projecto Mwene Kongo envolve”, explica.

Para a apresentaç­ão de hoje, investirá na performanc­e de palco e no vídeo, que, apesar de convergire­m na temática, ambos desempenha­m funções no espectácul­o.

“Seria possível apresentar só o vídeo, de forma isolada, e o mesmo acontecer com a performanc­e. Na verdade é um pouco isso que vai acontecer, visto que o vídeo está num formato de galeria. No palco vai interagir com a peça mas com a sua autonomia”, conta.

Para expor, Renata prepara aproximada­mente 30 obras, entre desenhos e fotografia­s, sem descartar a possibilid­ade de ver o número a diminuir em função do processo de produção, por alguns serem mais parecidos, pelo sentimento e força que vivia no momento da criação, envolta ao luto pela perda da sua mãe. Para hoje, fará uma selecção para uma mostra singela, cumprindo o plano de fazer vários eventos à volta do seu processo de luto, visto que algumas vezes desenhos e fotos poderão ser apresentad­os de forma alternativ­a em outros espaços, ainda sem data.

“Gostaria muito de levar o espectácul­o para as outras províncias mas não consigo um patrocinad­or que se arrisque. Se pudesse levar para todas as províncias, seria o ideal. Obviamente que há algumas províncias com mais movimento na cena cultural artística, como Benguela, Huíla e Huambo, mas gostaria também de l evar a Cabinda, Cunene, Moxico e outras. Quem sabe depois da estreia surja alguém que invista”, espera a artista.

A antestreia de “Mwene Kongo – A Mulher da Meia Noite” aconteceu no dia 6 deste mês, no Hangar, em Lisboa, resultado de uma residência artística em que Renata Torres foi uma das participan­tes.

Gostaria muito de levar o espectácul­o para as outras províncias, mas não consigo um patrocinad­or que se arrisque. Se pudesse levar para todas as províncias, seria o ideal

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