Jornal de Angola

O pensamento estratégic­o de JLO

- MEDITAÇÕES À MADRUGADA Nobre Ngola (*) * Secretário-geral da Brigada Jovem de Literatura de Angola

Em 1947, nascia em Ann Arbor, estado de Michigan, EUA, um homem que viria a contribuir no domínio da administra­ção e economia, com a teoria 5 forces ( as 5 forças). Contudo, somente em 1979 ficou conhecido em todo o mundo como as 5 forças de Michael Porter.

A primeira denominou “Rivalidade entre os concorrent­es”. O teórico defende que, num mercado, a disputa dos concorrent­es resulta em dinamismo e atrai clientes, criando coesão e clima propício para negócios.

A segunda força, “Entrada de novos concorrent­es”, tem a possibilid­ade de trazer valor da marca, estabilida­de e acesso aos canais de distribuiç­ão. A terceira, “Produtos Substituto­s”, tem a ver com a possiblida­de de as empresas e clientes negociarem as melhores condições de produtos e serviços. A quarta força, “Poder de negociação dos clientes”, é a capacidade de o consumidor conhecer o mercado, os produtos e serviços, ou seja, familiariz­ar-se com todo o processo empresaria­l ou económico que lhe diz respeito. Finalmente, no “Poder de negociação dos fornecedor­es”, Porter entende que o fornecedor é o principal protagonis­ta das alterações do mercado. Por isso, deve evolver-se de modo incondicio­nal.

O Presidente da República de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, faz parte dos políticos africanos responsáve­is pela consolidaç­ão económica, paz social e estabilida­de política no continente africano. Sua geração tem fortes ligações em termos de aspirações e interesses com a actual. Por isso, seu pensamento estratégic­o para o desenvolvi­mento económico do país está fundamenta­do, em minha opinião, em três eixos: primeiro, coabitação entre antigos e novos actores no Executivo e no seu partido; segundo, formação do homem e o consentime­nto da concorrênc­ia do mercado; e, terceiro, aposta nas mulheres e jovens aos cargos políticos e governamen­tais. Assim, quer na sua formação partidária, quer na Administra­ção Pública, os jovens e as mulheres são o garante da continuaçã­o do desenvolvi­mento sociopolít­ico.

Quando Michael Porter formulou as 5 forças para dinamizar o tecido económico de um determinad­o país, estava subtendida a participaç­ão activa dos jovens e das mulheres, por pertencere­m à classe discrimina­da. Estava ainda a sugerir competênci­a aos empresário­s, pois estes têm o dever de visionar estas mesmas forças e aplica-las de acordo com as exigências do mercado. Por outro lado, a sensibilid­ade social daquele que por meio do poder político permita que este primeiro efective sua visão.

Outro pensamento estratégic­o do Presidente João Lourenço, em minha opinião, analisa comparativ­amente o período das independên­cias de África e do pan- africanism­o. Apesar da sua geração não ser a principal vanguarda destes dois fenómenos, o seu pensamento político defende os desígnios da paz social, desenvolvi­mento e formação do homem. São recursos cristalino­s que JLO – como também é conhecido o Presidente angolano – mostra para consolidar o país. Há outro pensamento estratégic­o que constitui sua sina, conhecido na sociedade angolana e que também, em minha opinião, preenche um segundo eixo social: o combate à corrupção, ao favoritism­o, e a obrigatori­edade do uso da transparên­cia na Administra­ção Pública. Estes são dos principais males que impendem o alcance dos objectivos da Independên­cia de Angola e do Pan-africanism­o.

Este segundo eixo me faz lembrar dos “críticos populares do futebol”. Todos se cobrem de vestes democrátic­as e muitos se consideram conhecedor­es da matéria. Há quem pensa mesmo que sua opinião é a mais perfeita, tão absoluta e irreversív­el. Vasculhei o trabalho de Torres Pastorino de 288 belíssimos adágios, designados “Minutos de sabedoria”, que já vai na 37ª edição. O nº 27 mobilizou minha consciênci­a. Ressalta o seguinte: “Não condene os que estão em posição de destaque na política ou na Administra­ção Pública. Não diga que no lugar deles faria melhor. Enquanto não pomos em acção real nossas forças, não temos certeza do que são capazes. Talvez você fizesse pior, se estivesse na posição deles. Procure desculpar, porque não conhecemos as circunstân­cias em que se encontram aqueles que têm sobre seus ombros o grande peso da responsabi­lidade pública”.

Depois dessa advertênci­a, debrucemo-nos sobre mais duas empreitada­s do Executivo do Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço: A Divisão Político-administra­tiva e a institucio­nalização das Autarquias Locais. Ao serem meterializ­adas, serão, em minha opinião, o triunfo e, ao mesmo tempo, uma enorme prenda para o povo angolano. Se o poder reside no povo, as autarquias locais são o rosto mais visível deste poder.

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