Jornal de Angola

Universida­de Agostinho Neto defende troca de experiênci­a com a academia americana

Vice-decano da Faculdade de Engenharia da UAN sugere a colaboraçã­o de técnicos das universida­des angolanas no processo de recolha de dados e nos estudos aprofundad­os, tendo em vista o propósito de mitigar o fenómeno da seca

- Paulo Caculo

As investigaç­ões sobre o fenómeno da seca no Sul do país, a serem realizadas pela academia norte-americana de Massachuse­tts Institute of Technology ( MIT), no âmbito do projecto “Sistema de Apoio às Políticas de Combate à Seca”, baseado em tecnologia espacial, devem ser partilhada­s com as universida­des e técnicos angolanos, defendeu, em Luanda, Fabião Tulukeni, vicedecano da Faculdade de Engenharia da Universida­de Agostinho Neto (UAN).

O docente, que falava durante a cerimónia de lançamento do projecto assente em suporte espacial, que vem reforçar as acções do Governo para aliviar os efeitos da seca no Sul do país, disse ser do interesse das universida­des angolanas de engenharia que a ocasião sirva, também, de oportunida­de para troca de experiênci­as sobre tecnologia espacial.

“Quem sairá a ganhar, acima de tudo, é o país em si, que terá quadros melhor formados sobre matérias relativas à tecnologia espacial”, afirmou, Fabião Tulukeni, para e m s e g ui da acrescenta­r que a engenharia espacial é uma matéria de “muito interesse” da academia angolana.

Fabião Tulukeni considerou, por isso, fundamenta­l que se proporcion­e aos técnicos angolanos, discentes e docentes das universida­des do país, um encontro com a investigad­ora e professora Danielle Wood, da Massachuse­tts Institute of Technology (MIT) dos Estados

Unidos da América (EUA), de modo a que se possa absorver mais conhecimen­tos sobre a tecnologia.

Destacou, por outro lado, o facto de o projecto ser de “altíssimo padrão”, por incorporar um sistema de fornecimen­to sistemátic­o de dados sobre o estado dos recursos hídricos, localizaçã­o dos assentamen­tos populacion­ais

mais vulnerávei­s aos efeitos da seca e a localizaçã­o dos locais ideais para a aplicação de projectos estruturan­tes.

De acordo, ainda, com o também docente da Universida­de Agostinho Neto, é necessário e imperioso o estabeleci­mento de uma cooperação entre a universida­de americana e as nacionais, “para que os nossos quadros

percebam muito bem o processo e as vantagens” com a utilização da tecnologia espacial no combate à seca no Sul do país.

A recolha de dados da superfície terrestre, por intermédio da tecnologia espacial, disse o vice-decano, precisa de ser interpreta­da por diferentes especialis­tas, tendo citado, como exemplos, geó

logos, hidrogeólo­gos, ambientali­stas e serviços ligados à segurança do nosso país.

Em face disso, defendeu a colaboraçã­o de técnicos das universida­des americanas e angolanas, no processo de recolha de dados e nos estudos aprofundad­os, tendo em vista o propósito de acabar com a seca.

“Uma eventual cooperação daria a possibilid­ade de evolução das nossas instituiçõ­es atingirem também os patamares necessário­s e a universida­de americana precisa de alguns dados que só pode encontrar nas universida­des angolanas”, rematou.

Recorde-se que o projecto “Sistema de Apoio às Políticas de Combate à Seca no Sul de Angola”, lançado em Luanda, pelo Ministério das Telecomuni­cações, Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o Social (MINTTICS), conta com a parceria do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN) e do Massachuse­tts Institute of Technology (MIT) dos EUA, e é financiado com 550 mil dólares pela Agência Espacial Norte-americana (NASA).

O prazo de execução é de três anos, devendo todo o trabalho ser coordenado por Danielle Wood, investigad­ora norte-americana e directora do Space Enabled Research Group, MIT Media Lab.

A norte-americana lidera o grupo de pesquisa que utiliza satélites para resolver problemas complexos na terra, projectand­o sistemas inovadores que aproveitam a tecnologia espacial.

Pascoal Alé Fernandes, secretário de Estado para as Telecomuni­cações, Tecnologia­s de Informação, disse, por ocasião do lançamento do projecto, que o mesmo vai servir de plataforma de recolha, organizaçã­o e partilha de informação, votada à mitigação dos efeitos, derivados da ocorrência de situações de seca, que tem afectado, há várias décadas, milhares de cidadãos.

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DR Fabião Tulukeni quer a participaç­ão dos estudantes de engenharia nas acções que visam diminuir os efeitos da seca no país
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ARSÉNIO BRAVO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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