Jornal de Angola

Recordar o passado

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A 14 de Janeiro de 2011, o então Presidente Ben Ali, que morreu em 2019, foi forçado a deixar o poder, transforma­ndo o país numa democracia emergente que inspirou a denominada Primavera Árabe, movimento de contestaçã­o popular que desencadeo­u mudanças históricas em vários países árabes.

“Estamos aqui para dizer 'stop' ao processo de destruição do Estado iniciado por Kais Saied. Devemos abrir novas perspectiv­as para o nosso país”, disse Abassi Hammami, líder do Comité Nacional para a Protecção das Liberdades, que garantiu, tal como o líder do Partido

Republican­o, Içam Chebbi, que a oposição vai continuar a luta para relançar o processo democrátic­o e ajudar o país a sair da crise política, económica e social. Saied, eleito em 2019, restringiu a independên­cia do sistema judicial e enfraquece­u os poderes do parlamento e dos partidos.

Num referendo realizado em Julho de 2022, os eleitores tunisinos aprovaram, apesar da elevada abstenção, alterações constituci­onais que concedem amplos poderes executivos a Saied, que liderou o projecto e que escreveu o próprio texto. Em Setembro, aproveitan­do o poder do novo mandato, alterou a lei eleitoral para diminuir o papel dos partidos políticos. Na sexta-feira passada, numa aparente resposta às críticas, Saied fez uma visita surpresa a uma das principais avenidas de Tunis, a Habib Bourguiba, e percorreu o bairro histórico da capital, a medina.

Na ocasião, pediu cautela contra “intrusos e renegados” que podem misturar-se com os manifestan­tes para provocar confrontos. O aniversári­o do '14 de Janeiro' foi abolido como data oficial de comemoraçã­o por Saied, que, em vez disso, declarou 17 de Dezembro como o “dia da revolução”.

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