Berço da Primavera Árabe tem 11 milhões de habitantes
A Tunísia, com 11 milhões de habitantes, está situada no Norte de África, no cruzamento das bacias oriental e ocidental do Mediterrâneo, entre a Argélia (Oeste) e a Líbia (Sudeste), a Sudoeste da Itália (180 quilómetros da Sicília). Com o Norte montanhoso, o Centro Oeste com estepes, o Sudoeste com lagos salgados (secos) e com deserto em todo o Sul, a Tunísia tem 1300 quilómentros de litoral marítimo desde a fronteira com a Argélia até com a da Líbia.
A Revolução de Jasmim , também chamada revolução tunisiana de 2010-2011, é uma sucessão de manifestações insurrecionais ocorrida no país entre Dezembro de 2010 e Janeiro de 2011 que levou à saída do Presidente da República, Zine El Abedine Ben Ali , que ocupava o cargo desde 1987.
Os protestos na Tunísia prosseguiram ao longo de Janeiro de 2011, estimulados por um excessivo aumento dos preços dos elementos básicos, que veio a aumentar a insatisfação popular diante do elevado desemprego, das más condições de vida da maior parte da população tunisina e da corrupção do Governo. Dado que na Tunísia não há registo de muitas manifestações populares, estas foram as mais importantes dos últimos 30 anos.
Primeiro país da chamada Primavera Árabe, a Tunísia destacou-se e realizou avanços significativos no seu processo de transição democrática. Em 2014, o país dotou-se de uma nova Constituição e levou a cabo eleições legislativas e presidenciais que permitiram formar um Governo de coligação entre o partido maioritário, Nida Tounès e o Ennahda. A atribuição do prémio Nobel da paz, em Outubro de 2015, ao Quarteto para o Diálogo Nacional da Tunísia provou que movimentos islamitas e seculares podem trabalhar em conjunto e atingir resultados significativos no interesse do país
Em termos económicos, depois de uma década em que o produto interno bruto (PIB) registou um crescimento médio anual da ordem de 5%, a actividade económica sofreu um acentuado abrandamento em consequência da instabilidade social, política e económica que o país viveu nos últimos anos. Em 2015, apesar de uma conjuntura internacional mais favorável, a economia tunisiana teve um crescimento de apenas 0,3% (2,7% no ano anterior), segundo estimativas da Economist Intelligence Unit (EIU) , em consequência, sobretudo, da degradação da envolvente securitária, que afetou seriamente a confiança das famílias e das empresas.