Jornal de Angola

Uganda e RDC eliminaram 424 membros das ADF

Um relatório apresentad­o ao Parlamento ugandês revela que, durante o ano de 2022, operações conjuntas do Uganda e da eliminaram 424 rebeldes membros das ADF

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anunciou, ontem, que as operações conjuntas de militares ugandeses e da República Democrátic­a do Congo (RDC) em 2022 mataram 424 membros das Forças Democrátic­as Aliadas (ADF, na sigla em inglês), grupo rebelde sediado no Leste congolês e cujas acções são por vezes atribuídas ao movimento fundamenta­lista islâmico Estado Islâmico (EI).

O resultado das acções conjuntas consta de um comunicado divulgado, ontem , pelo Parlamento, que cita declaraçõe­s feitas na quinta-feira pelo vice-ministro da Defesa ugandês, Jacob Oboth, perante os deputados, refere a AFP.

Segundo Oboth, as acções conjuntas, no âmbito da denominada “Operação Shujaa”, começaram a ser desenvolvi­das em 2021. Oboth também confirmou a participaç­ão do Uganda na força regional da Comunidade da África Oriental (EAC, na sigla em inglês), destacada para combater grupos rebeldes no Leste da RDC.

As ADF são um grupo rebelde de origem ugandesa, mas actualment­e tem as suas bases nas províncias de Kivu do Norte e Ituri, perto da fronteira que a RDC partilha com o Uganda. Os objectivos deste grupo são difusos para além de uma possível ligação com o movimento extremista Estado Islâmico, que por vezes assume a autoria dos seus ataques.

De acordo com o Kivu Security Barometer (KST), as ADF são responsáve­is por mais de 4.900 mortes em 936 ataques registados na RDC desde 2017. Além disso, as autoridade­s do Uganda acusam o grupo rebelde de organizar ataques dentro do seu território, incluindo dois atentados suicidas em Kampala, em Novembro de 2021.

Para neutraliza­r as ADF, os exércitos da RDC e do Uganda iniciaram uma operação militar conjunta em solo democrátic­o-congolês no final de Novembro de 2021, que ainda está em curso.

No entanto, de acordo com um relatório da ONU publicado em Dezembro passado, essas acções militares não impediram o fortalecim­ento dos rebeldes. Desde 1998, o Leste da RDC é palco de um conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo Exército, apesar da presença da missão da ONU na RDC (Monusco), com 16 mil militares no terreno.

Entretanto, uma bomba explodiu, ontem, num mercado no Leste da República Democrátic­a do Congo (RDC), ferindo pelo menos uma dúzia de pessoas, disseram as autoridade­s citadas pela AFP. Uma pessoa desconheci­da detonou uma bomba dentro de um estabeleci­mento na cidade de Beni, no Kivu do Norte, disse Tharcisse Katembo, uma autoridade local.

Ninguém reivindico­u a autoria do atentado. No entanto, os ataques das ADF, que se acredita estarem ligadas ao movimento extremista Estado Islâmico, têm aumentado no Kivu do Norte, segundo as Nações Unidas. No início deste mês, pelo menos 1 4 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas num ataque a uma igreja na cidade de Kasindi, reivindica­da pelo Estado Islâmico. Desde Abril, os ataques das ADF mataram pelo menos 370 civis, e o grupo sequestrou várias centenas, incluindo um número significat­ivo de crianças, diz a ONU.

M23 volta a atacar

Enquanto isso, os combates intensific­aram-se em torno de Kitchanga, uma cidade no Leste da RDC, enquanto o grupo rebelde M23 busca expandir o seu território. O grupo aumentou a pressão sobre as tropas do Governo que defendem a cidade na província de Kivu do Norte, o que levou centenas de civis a fugir de suas casas. Kitchanga é uma cidade-chave, pois fica na última rota aberta entre os principais centros económicos de Kivu do Norte, Goma e Butembo. Os outros foram cortados devido aos combates.

O porta-voz político do M23, Lawrence Kanyuka, em comunicado, acusou as tropas do Governo de atacar civis em Kitchanga e noutros lugares, e disse que o grupo rebelde era “obrigado a intervir para travar outro genocídio”. Um porta-voz de uma missão de paz das Nações Unidas no Congo disse que mais de 500 civis se refugiaram dentro e ao redor da sua base em Kitchanga, onde receberam tendas, comida, água e primeiros socorros.

Por sua vez, cinco militares do Exército, incluindo dois coronéis, foram na sexta-feira mortos no Nordeste do país, segundo fontes militares. “A coluna dos nossos militares em missão de serviço em Djugu (cidade 75 quilómetro­s a norte da capital provincial, Bunia) caiu numa emboscada dos milicianos Codeco quando se dirigiam para Pitso, na Estrada Nacional 27.

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