Camponeses necessitam de apoio para as cooperativas
A coordenadora da Organização da Mulher Angolana (OMA) na Zâmbia, Jorgina Major Omuti, de 45 anos, disse ao Jornaldeangola que vive em Lusaka há 20 anos. Foi viver na Zâmbia com familiares quando tinha apenas 15 anos. Natural da província do Bié, referiu que a sua falecida mãe, Ângela Major, também foi coordenadora da OMA localmente. Explicou que tem três filhos e que a primeira filha está a viver em Angola. Actualmente trabalha na Embaixada de Angola na Zâmbia, área administrativa.
Jorgina Major Omuti espera que o Governo angolano ajude mais os angolanos a viver na Zâmbia, por serem maioritariamente camponeses. Uma das sugestões, disse, seria o financiamento das cooperativas que permitiriam empregar muitos angolanos. “O camponês reclama a falta de incentivos para o desenvolvimento da actividade agrícola e pedem uma maior intervenção do Estado angolano para minimizar o sofrimento dos camponeses”, disse.
Ao longo dos anos, segundo Jorgina Major Omuti, gradualmente foi-se adaptando à realidade e ao modo de vida dos zambianos. Hoje considera-se uma pessoa integrada naquela sociedade. Disse que a maioria dos angolanos a viver no território zambiano é camponesa. Jorgina Major Omuti explicou que muitos jovens angolanos têm encontrado empregos no sector bancário e em outros sectores administrativos. “Os angolanos e zambianos têm uma boa relação de amizade, nunca tivemos motivos de reclamações, somos muito bem tratados aqui. O grande problema é os angolanos que pretendem regressar para o país que encontram inúmeras dificuldades para a inserção no mercado de trabalho”.
A secretária da OMA e camponesa Laurinda Masseca é da província do Moxico. Imigrou para a Zâmbia em 1992 com os familiares, por causa da guerra, e na época tinha 17 anos. Ressaltou que em 2022, foi visitar os parentes em Angola. Na Zâmbia, disse, constituiu família e tem dez filhos e 22 netos.
Madalena Caley é camponesa e filha de pais angolanos que se refugiaram na Zâmbia à procura de melhores condições de vida. Madalena Caley nasceu na Zâmbia e tem 79 anos. Viúva, disse que tinha cinco filhos e morreram quatro. Por sua vez, a camponesa Noémia Maria Muchimbo nasceu na província do Moxico e tem cinco filhos e dez netos. Com 65 anos realçou que continua a manter a ligação com o país natal. Explicou que a comunidade angolana precisa de mais apoio das autoridades nacionais.
“O camponês reclama a falta de incentivos para o desenvolvimento da actividade agrícola e pede uma maior intervenção do Estado angolano para minimizar o sofrimento dos camponeses”