Prontidão das Forças Armadas Angolanas
É antiga a máxima latina segundo a qual “se quiseres a paz, prepara-te para a guerra”, um aforismo que nos lembra, necessária e obrigatoriamente, a ideia de que a paz entre os Estados não se preserva apenas com boas relações de vizinhança, com uma devoção ao pacifismo e vontade colectiva de viver em paz. A experiência da humanidade prova que a preparação das variáveis, materiais e humanas, que afugentem o espectro de ameaça bélica, provocação e até eventual incursão armada de terceiros, constitui das vias mais eficazes para manter a paz. Quando os potenciais inimigos e adversários imaginários “ganham consciência” de que podem ter mais prejuízos que benefícios, numa eventual provocação, este estado de coisa proporciona paz. Mas, para isso, é necessário que os Estados tenham meios para inibir qualquer passo no sentido da violação da integridade territorial.
Contrariamente às vozes que contrariam as despesas do Estado para o sector castrense, que alegam a extemporaneidade do processo de modernização das Forças Armadas, em tempo de tranquilidade, vale lembrar a essas pessoas que, tal como defendem os militares, a paz é somente um intervalo entre a última guerra e a imaginária que poderá ocorrer. Logo, a preparação e prontidão das Forças Armadas, nos Estados modernos, é uma constante inegável, fundamentalmente para servir como factor de dissuasão.
Há dias, o ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, defendeu a necessidade de um quadro em que exista, para Angola e de forma continuada, “planeamento exequível dos ciclos de recrutamento e instrução militar, de formação e capacitação dos quadros, capaz de assegurar o necessário e incontornável processo de renovação permanente dos efectivos”.
A imprevisibilidade dos factores que potenciam a instabilidade militar, que provocam conflito armado e colocam, muitas vezes, Estados contra Estados e, não raras vezes, entes infra-estatais, endógenos e exógenos, contra aqueles primeiros, obriga que o processo de modernização das Forças de Defesa e Segurança seja uma necessidade vital.
Os Estados modernos enfrentam, hoje, ameaças que não se podem minimizar e, se olharmos para o contexto actual em África, fica clara a conclusão de que muitos casos de fragilidade e conflitualidade resultam do subfinanciamento e má preparação das Forças de Defesa e Segurança.
Em Angola, felizmente, as autoridades estão plenamente conscientes desta realidade, razão pela qual não prescindem dos esforços e investimentos para a realização dos desafios superiores do Estado e das Forças Armadas Angolanas.
A preparação e prontidão das Forças de Defesa e Segurança de Angola é uma condição que envolve não apenas a existência do Estado, mas sobretudo a sua sobrevivência ao lado de outras nações que procuram manter a paz e segurança internacionais. Angola é, por natureza, uma nação pacífica, dedicada e comprometida com a paz, sem descurar as variáveis que levem a esse desiderato.