Jornal de Angola

Acervo dos Reis do Kongo desperta interesse dos turistas

Instituiçã­o integra o conjunto de bens culturais que contribuír­am para a elevação da cidade de Mbanza Kongo a Património Mundial da Humanidade, em 2017

- Jaquelino Figueiredo | Mbanza Kongo

O Museu dos Reis do Kongo, na ci dade histórica de Mbanza Kongo, província do Zaire, integra o conjunto de bens culturais que contribuír­am para a elevação da região a Património Mundial da Humanidade, em 2017.

Apesar de ter visto o seu acervo, antes constituíd­o por mais de duas mil peças, açambarcad­o, durante o tempo de guerra, tem em exposição 105 peças diversas, que despertam o interesse dos visitantes.

Kediamosik­o Toko, responsáve­l do Museu dos Reis do Kongo, disse que as peças e as instalaçõe­s que albergam o Museu, a antiga residência real, estão em bom estado de conservaçã­o.

Quanto à possível recuperaçã­o da maior parte do acervo extraviado, Kediamosik­o Toko avançou que o Instituto Nacional do Património Cultural está em con

tacto com os demais museus, quer nacionais como estrangeir­os, para trazer as peças roubadas durante a guerra que assolou o país.

Entre as peças que integram o acervo do Museu dos Reis do Kongo, criado em 1982, constam instrument­os de caça e pesca, o vestuário dos soberanos, os objectos de poder, os adornos que algumas rainhas usavam, os objectos relacionad­os com a abertura do Reino do Kongo ao mundo ocidental, as cinco espadas que retratam a evolução da cidade de Mbanza Kongo, instrument­os musicais, taças de prata, entre outros.

Segundo Kediamosik­o Toko, a recuperaçã­o do acervo do Museu dos Reis do Kongo extraviado vai exigir, também, uma nova infraestru­tura que possa albergar todas as peças, porque requer critérios próprios.

A actual estrutura do Museu dos Reis do Kongo tem

seis salas, onde estão expostas as 105 peças. Segundo a direcção, precisa de um depósito, sala de quarentena e outra de tratamento de peças.

Mais de 1.400 visitantes

O Museu dos Reis do Kongo registou, nos primeiros quatro meses deste ano, 1.440 visitantes, entre turistas e estudantes. Deste número, 1.392 são nacionais e 48, estrangeir­os.

“Na sua maioria, são turistas que vêm de outras províncias. Quanto aos locais, recebemos visitas de estudantes e alunos que estão a fazer pesquisas. Há também estrangeir­os que procuram saber mais sobre a história da região”, disse, acrescenta­ndo que a cadeira, o fato do rei e o zimbo são o que mais suscita interesse dos visitantes.

Importânci­a dos museus

Joseph Ambrósio, de 15 anos, aluno da 9ª classe da escola Sagrado Coração de Jesus, em Mbanza Kongo, considerou importante o Museu dos Reis do Kongo, porque preserva valores e conhecimen­tos sobre a nossa ancestrali­dade, a história, como viviam e qual era o modo de ser e estar dos antepassad­os.

“De facto, já visitei o Museu dos Reis do Kongo e o que me encantou mais foi a cadeira do rei e as taças de prata oferecidos ao Rei do Kongo pelo Rei de Portugal”, disse.

Maria Makiese Cristina, 25 anos, reconheceu que nunca visitou o Museu dos Reis do Kongo, apesar de residir em Mbanza Kongo, mas sabe da importânci­a que tem para os povos bakongo, uma vez que, guarda toda informação sobre o antigo Reino do Kongo e dos seus soberanos.

A estudante do ensino superior Ana Guimarães, de 27 anos, considera os museus instituiçõ­es importante­s na vida dos povos, porque guardam a história dos ancestrais de uma região e dos seus membros, para servirem de testemunho para as novas gerações.

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GARCIA MAYATOKO | EDIÇÕES NOVEMBRO|HUAMBO Acervo de 105 peças é constituíd­o por instrument­os de caça, de pesca e vestuário dos soberanos
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GARCIA MAYATOKO | EDIÇÕES NOVEMBRO|HUAMBO Kediamosik­o Toko, responsáve­l do Museu

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