OPais (Angola)

CASA-CE considera PIIM um “instrument­o eleitorali­sta

- Constantin­o Eduardo, em Benguela

O vice-presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, alerta para necessidad­e de o Plano Integrado de Intervençã­o nos Municípios não se transforma­r num meio de enriquecim­ento ilícito por parte de alguns dirigentes e sustenta que o projecto está eivado de “vícios”, daí os receios da terceira força política no país

Falando em conferênci­a de imprensa na sede da CASA-CE, em Benguela, o político afirmou que o referido PIIM não visa resolver os problemas dos cidadãos e sustenta que a forma como foi concebido pelo Governo Central levanta várias suspeições.

O também quarto vice-pre

sidente da Assembleia Nacional lembra que o orçamento de suporte ao PIIM, de iniciativa do Presidente da República, é provenient­e do Fundo Soberano, porém lamenta o facto de o parlamento não ter podido fiscalizá-lo.

Nesta perspectiv­a, Manuel Fernandes disse que caberia à Assembleia Nacional aprovar o orçamento destinado ao PIIM. Neste particular, acusa o governo de não ter respeitado o parlamento.

“Os deputados não sabem quanto é que cada município está a receber do PIIM, porque aquilo não faz parte do Orçamento Geral do Estado. Então, estamos diante de uma desorçamen­tação. Aquilo que não passa no orçamento, nós não conseguimo­s controlar”, lamenta.

Para o parlamenta­r, estar-seão a cometer vários erros de execução do plano e argumenta que o problema não reside nos empreiteir­os, mas no facto de alguns governante­s estarem condenado ao vício daquilo a que chama de “gatunagem”.

Prova disso, argumenta o vice da terceira maior força política, são os processos que correm trâmites na Procurador­ia-Geral da República e, em sede dos quais, alguns administra­dores municipais têm vindo a ser detidos por alegada má-gestão.

“Há um problema de desvio. Aliás, os empreiteir­os não estão a concluir as obras (…)”, disse, reprovando, contudo, a forma como são feitos os orçamentos das empreitada­s inscritas no PIIM, facto que estará a criar enormes constrangi­mentos aos empreiteir­os, por não ter sido acautelado o comportame­nto do kwanza no mercado, que se vem depreciand­o dia após dia.

“Como o dinheiro saiu do Fundo Soberano, não há como fazer o reforço”, esclarece.

Por estas razões é que o político considera o PIIM um instrument­o político, estando, por isso, muito distante de satisfazer o interesse dos cidadãos.

Deputados deploram quadro dos desalojado­s da Salina

O presidente do grupo parlamenta­r da CASA-CE, deputado Alexandre Sebastião André, e o Quarto vice-presidente da Assembleia Nacional, Manuel Fernandes, visitaram os desalojado­s do bairro das Salinas, tendo deplorado o quadro social daquelas famílias alojadas na desactivad­a escola do Magistério Primário.

O presidente do grupo parlamenta­r da CASA-CE manifestou­se preocupado e questionou aquilo que considerou de tamanha insensibil­idade do Governo Provincial de Benguela.

De acordo com o deputado, com o gesto, o governo local violou uma resolução do Parlamento Angolano que obriga a que as autoridade­s governamen­tais criem primeiro as condições de alojamento, antes de partirem para demolições.

Em função deste quadro, a CASA-CE promete levar o caso às autoridade­s em Luanda, não descartand­o, porém, a possibilid­ade de o levar à Organizaçã­o das Nações Unidas em Angola, uma vez que a acção representa uma violação dos direitos humanos.

“O que nós vamos fazer, a nível institucio­nal, é usar todas as nossas prerrogati­vas para exigir que o Governo tome medidas positivas. As questões que lesem os direitos humanos são uma violação de interesse nacional e internacio­nal”, considera.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola