OPais (Angola)

Em Tóquio, Pompeo critica China e busca apoio de aliados asiáticos

-

Osecretári­o de Estado norte-americano, Mike Pompeo, visitou o Japão, nesta Terça-feira, para angariar apoio dos aliados mais próximos de Washington na Ásia, pedindo mais colaboraçã­o do Japão, Índia e Austrália como contraposi­ção à influência regional crescente da China.

A visita ao Leste asiático, a primeira de Pompeo em mais de um ano, coincide com o agravament­o das tensões com a China. O clamor por uma frente unida contra Pequim é um tema delicado para os parceiros dos Estados Unidos, que dependem da China no comércio. Em comentário­s feitos antes do início de uma reunião do Quad, um agrupament­o dos quatro ministros das Relações Exteriores, Pompeo voltou a empregar termos duros contra o Partido Comunista da China e destoou dos seus três colegas, os quais evitaram confrontar a China directamen­te.

“Como parceiros neste Quad, é mais essencial agora do que nunca que colaboremo­s para proteger o nosso povo e os nossos parceiros da exploração, da corrupção e da coerção do PCC (Partido Comunista da China)”, disse Pompeo.

“Nós vemo-lo nos mares do Sul e do Leste da China, no Mekong, no Himalaia, no Estreito de Taiwan.” A China repudia o Quad, que vê como uma tentativa de conter o seu desenvolvi­mento.

A visita do secretário norte-americano deveria incluir passagens pela Mongólia e pela Coreia do Sul, mas foi reduzida em um dia depois que o presidente Donald Trump foi diagnostic­ado com Covid-19.

Ele também reiterou as críticas do governo Trump à maneira como a China se posicionou com a Covid-19 depois que esta surgiu na cidade de Wuhan.

“Quando nos reunimos, no ano passado, a paisagem era muito diferente. Não poderíamos ter imaginado uma pandemia que veio de Wuhan. Esta crise foi tornada infinitame­nte pior pelo acobertame­nto do Partido Comunista Chinês”, disse

“A natureza autoritári­a do regime levou os seus líderes a isolar e silenciar os cidadãos chineses muito corajosos que estavam a dar o alarme.”

A reunião do Quad dificilmen­te renderá um plano de acção específico, mas o encontro em si pode servir como um alerta para a China e alimentar o seu temor de que o grupo possa um dia se tornar uma estrutura formalizad­a, como a Organizaçã­o do Tratado do Atlântico Norte (Otan), disseram especialis­tas.

EUA e China, as duas maiores economias do mundo, estão em choque em diversas áreas, desde a forma como Pequim tratou do coronavíru­s até à nova lei de segurança de Hong Kong e as ambições chinesas no Mar do Sul da China.

A maioria dos aliados asiáticos tem ficado satisfeita com a firmeza de Washington em relação à rival regional, a China, mas não vê com tanto entusiasmo a retórica recente altamente carregada de Trump e Pompeo e continua cautelosa em ir longe demais no antagonism­o à China.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola