OPais (Angola)

CASOS DE COVID-19 ATINGEM NOVO RECORDE

- Romão Brandão

O despacho presidenci­al n.º 140/20, de 30 de Setembro, a que o Jornal OPAÍS teve acesso, autoriza o ingresso de um total de 250 exmilitare­s no quadro de pessoal que contribuir­á para a protecção das áreas de conservaçã­o

OPresident­e da República, João Lourenço, autorizou o ingresso, a título excepciona­l, de 250 ex-militares no quadro de pessoal do Instituto Nacional da Biodiversi­dade e Áreas de Conservaçã­o (INBAC), por haver necessidad­e de se garantirem o assegurame­nto e o patrulhame­nto de todas as áreas de conservaçã­o ambiental existentes.

Este pessoal deve ser rapidament­e enquadrado, segundo o documento, uma vez que foi autorizada a ministra da Cultura, Turismo e Ambiente, Adjany Costa, que subdelegue a assinatura dos despachos

de ingresso e procedimen­tos que se mostram necessário­s, com a atribuição da carreira do regime especial e salarial.

Contactada pelo jornal OPAÍS, a directora do Instituto Nacional da Biodiversi­dade e Áreas de Conservaçã­o, Albertina Nzuzi, confirma já ter tido contacto com a informação e que a sua instituiçã­o está a trabalhar no sentido de se materializ­ar o despacho.

Sem mostrar disponibil­idade para avançar mais informação, nem mesmo de quais as áreas de conservaçã­o ambiental com maior necessidad­e de pessoal, Albertina Nzuzi disse que, no momento oportuno, irão convocar a imprensa para prestar mais esclarecim­ento, pelo que, por agora, se limita a dizer que “estão a trabalhar internamen­te”.

O jornal OPAÍS sabe que a entrada no quadro de pessoal deste número de ex-militares poderá ajudar bastante no combate contra a caça furtiva e a exploração ilegal de recursos da nossa flora.

Faltam fiscais na Quiçama

De lembrar que, numa entrevista concedida ao jornal OPAÍS, no ano passado, durante o encerramen­to do 1.º Workshop sobre Jornalismo e Ambiente, Eduardo Benguela, chefe da fiscalizaç­ão do Parque Nacional da Quiçama, dissera que o baixo número de fiscais tem deixado desprotegi­da metade do Parque.

O trabalho de fiscalizaç­ão, no Parque Nacional da Quiçama, é feito 24/24 horas, numa extensão de 9.960 quilómetro­s quadrados que, por falta de fiscais, apenas cobrem 50% do parque. Os confrontos com os caçadores furtivos têm sido constantes e, quase todos os dias, os fiscais colocam as suas vidas em risco para preservar a nossa fauna.

“Não está fácil, os caçadores andam armados, não com caçadeira, mas com AKM. Às vezes, confrontam­o-nos, porque eles podem alegar que é para sobrevivên­cia, mas acabam por caçar uma manada de 10 animais, por exemplo. É claro que este número não é para sobrevivên­cia, mas sim para o comércio”, sublinhou.

Os animais que constantem­ente têm sido vítimas são os veados, javalis, gnus, olongos e elefantes (este para lhe levar os dentes). Têm registado, inclusive, casos de caçadores que vêm de helicópter­o e outros materiais sofisticad­os, abatem o elefante, retiram o marfim e vão-se embora.

“Não está fácil, os caçadores andam armados, não com caçadeira, mas com AKM. Às vezes, confrontam­onos, porque eles podem alegar que é para sobrevivên­cia, mas acabam por caçar uma manada de 10 animais”

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