OPais (Angola)

FALTA DE ÁGUA NAS ESCOLAS PREOCUPA GOVERNADOR­ES

- Milton Manaça

SOCIEDADE:. No encontro realizado ontem por vídeo-conferênci­a, convocado pela ministra de Estado para Área Social, Carolina Cerqueira, a falta de água foi uma das dificuldad­es mais apontadas pelos governador­es provinciai­s. Luanda queixa-se de vandalismo na retoma das aulas, enquanto o governador de Benguela, Rui Falcão, sugeriu a realização de um encontro nacional da Educação para se discutir os principais problemas.

No encontro realizado ontem por vídeoconfe­rência, convocado pela ministra de Estado para Área Social, Carolina Cerqueira, a falta de água foi uma das dificuldad­es mais apontadas. Luanda queixa-se de vandalismo na retoma das aulas, enquanto o governador de Benguela, Rui Falcão, sugeriu a realização de um encontro nacional da Educação para se discutir os principais problemas do sector

Ao fazerem o balanço dos dois primeiros dias de aula, os governador­es provinciai­s apontaram a falta de água como um dos principais problemas que afecta as escolas para a efectivaçã­o com segurança das actividade­s lectivas presenciai­s.

Das intervençõ­es feitas, a maioria apontou a falta deste líquido como uma das dificuldad­es, tendo como exemplo as províncias do Bengo, Cunene, Malange, Cabinda, Zaire, Lunda-Norte e inclusive a província do Namibe onde ainda não se regista nenhum caso de Covid-19.

Além da água, a província do Cunene está preocupada com o número de turmas que funcionam ao ar livre, sendo no total duas mil e 700 turmas. Neste quesito, a Huíla não foge à regra, porquanto, mais de 100 mil alunos estudam por baixo de árvores e alpendres, segundo o governador Luís Nunes.

A falta de testes para professore­s e alunos consta também das preocupaçõ­es apresentad­as pelos responsáve­is provinciai­s, particular­mente para os docentes que estão retidos em Luanda desde os primeiros dias da pandemia.

Rui Falcão: “não recebemos nenhum meio”

O governador de Benguela, Rui Falcão, disse que passados três dias desde o início das aulas, a província que dirige não recebeu nenhum meio de biossegura­nça para professore­s como prometido pelas estruturas centrais.

Rui Falcão explicou que fizeram a reabertura das escolas com os materiais que têm e voltou a apelar à necessidad­e da desconcent­ração, tendo afirmado que “se tem visto Luanda como exemplo para tudo quando não é exemplo para muita coisa”, disse realçando a necessidad­e de se fazer uma distribuiç­ão justa dos materiais.

“A descentral­ização deve ser um facto. Nós precisamos com urgência de 135 mil carteiras e não podemos continuar a depender de Luanda para comprar. Significa que 120 mil crianças vão continuar sem estudar”, asseverou.

Disse que as dificuldad­es enfrentada­s hoje pelas escolas são antigas e não podem ser vistas no quadro da Covid-19, tendo sugerido a realização de um encontro nacional da educação para se discutirem os problemas que o sector enfrenta.

Vandalizaç­ão em Luanda

Sem precisar o número de escolas nem os municípios onde estão situados, a governador­a de Luanda, Joana Lina, disse que nos dois primeiros dias de aulas houve actos de vandalismo­s de tambores de água nas escolas por parte de pessoas desconheci­das.

Entretanto, vários governos provinciai­s apresentar­am a inquietaçã­o da destruição das instituiçõ­es escolares e roubo de material com maior incidência para carteiras. Solicitara­m à ministra Carolina Cerqueira a preocupaçã­o da contrataçã­o de pessoal de segurança com celeridade, porque para eles não faz sentido apetrechar as escolas se não existe protecção.

As conclusões do encontro serão entregues na Segunda-feira, 11, ao Presidente da República, João Lourenço, para sua apreciação..

 ?? NAMBI WANDERLEY ??
NAMBI WANDERLEY
 ??  ??
 ??  ?? “As demais províncias não podem continuar a depender de Luanda para fazerem compras de materiais escolares”
“As demais províncias não podem continuar a depender de Luanda para fazerem compras de materiais escolares”
 ??  ?? “As dificuldad­es enfrentada­s hoje pelas escolas são antigas e não podem ser vistas no quadro da Covid-19. Precisamos realizar um encontro nacional para se discutirem os problemas que a Educação enfrenta”
RUI FALCÃO
“As dificuldad­es enfrentada­s hoje pelas escolas são antigas e não podem ser vistas no quadro da Covid-19. Precisamos realizar um encontro nacional para se discutirem os problemas que a Educação enfrenta” RUI FALCÃO

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola