Crescimento da economia para 2021 revisto em baixa
A taxa de crescimento de 1%, esperada para 2021, foi avançada pelo Secretário de Estado da Economia e Planeamento, Milton Reis. O economista Silvestre Francisco fala em consequência da pandemia, mas o FMI é mais optimista que o Executivo
OMinistério da Economia e Planeamento (MEP) estima, para o próximo ano, um crescimento de 1%, ao passo que o Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que Angola cresça 3,2%, podendo sair dos ciclos de recessões sucessivas, como fez saber o secretário de Estado do Planeamento, Milton Reis. A projecção do Executivo tem em linha de conta o efeito pandemia da Covid-19 na econonistério
mia, é uma contracção de 2,8%, muito abaixo das estimativas de 4% do FMI.
Reagindo aos números, o economista Silvestre Francisco entende que há um contrapeso nas análises, argumentando que “o FMI quando avança um crescimento aproximado de 4% leva sempre em conta o poder de recolha do Estado em relação às receitas fiscais”.
Para o economista, o Ministério da Economia faz as suas análises de acordo com o Programa de Combate à Pobreza, que tem dificuldades desde o início da pandemia. “Tudo que Angola está a receber, em termos de recei
No âmbito das actividades realizadas em torno da implementação e divulgação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, continuam as acções de capacitação em formato webinar tas obrigatórias, está destinar para o combate à pandemia e a outros problemas da actualidade”, sublinhou.
Além disso, outro elemento que deixa esperançados os técnicos do FMI são as outras fontes de receitas, concretamente os empréstimos, sem colocar de parte a possibilidade de Angola vir a “crescer” em termos da pandemia. “Aí o país teria a possibilidade da sua dívida, sobretudo com a China, estar apagada. Vai deixar de pagar até uma certa percentagem desta dívida, podendo canalizar este dinheiro para outros sectores da economia com vista a redução da pobreza”, admitiu.
Queda da actividade económica
A actividade económica contraiu em termos homólogos 1,8 % no primeiro trimestre e 4,6% no segundo trimestre de 2020.
No encontro Bissemanal do Mida Economia e Planeamento, Milton Reis fez saber que as previsões são mais conservadoras, tendo em conta as incertezas da conjuntura actual.
O secretário de Estado referiu que, no âmbito do Programa de financiamento ampliado, assinado com o FMI, em Dezembro de 2018, com duração de 3 anos, uma missão do Fundo vai monitorar, de 5 a 12 de Outubro, o programa, com objectivo de avaliar os desenvolvimentos das variáveis macro-económicas do primeiro semestre de 2020 e buscar o alinhamento do quadro macroeconómico para o período 20202021.
Nesta senda, já foram realizados encontros entre os técnicos do Ministério da Economia e Planeamento e do FMI, com o propósito de avaliar o desenvolvimento da actividade económica durante o primeiro semestre do ano em curso, as previsões para o Produto Interno Bruto referente aos anos 2020 e 2021, tendo em conta o contexto da pandemia que Angola e o mundo vivem.
Entretanto, admite uma nova realidade assim que o Instituto Nacional de Estatística apresente as Contas Nacionais do segundo trimestre.
Milton Reis referiu que, no âmbito das actividades realizadas em torno da implementação e divulgação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, continuam as acções de capacitação em formato webinar, direccionadas aos profissionais da comunicação social, representantes dos departamentos ministeriais, governos provinciais e sociedade civil, com vista a apresentar os ODS e a Plataforma dos ODS Angola.
Avançou que, neste momento, termina o curso de avaliação das Revisões Nacionais Voluntarias, que está a ser ministrado pelo Clear África Lusofona (Clear AL) em parceria com Fundação Getúlio Vargas do Brasil e conta com a participação de 25 intervenientes da Plataforma dos ODS em Angola, representantes .do Governo, Nações Unidas e Sociedade Civil.