OPais (Angola)

Cresciment­o da economia para 2021 revisto em baixa

- Miguel Kitari

A taxa de cresciment­o de 1%, esperada para 2021, foi avançada pelo Secretário de Estado da Economia e Planeament­o, Milton Reis. O economista Silvestre Francisco fala em consequênc­ia da pandemia, mas o FMI é mais optimista que o Executivo

OMinistéri­o da Economia e Planeament­o (MEP) estima, para o próximo ano, um cresciment­o de 1%, ao passo que o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) espera que Angola cresça 3,2%, podendo sair dos ciclos de recessões sucessivas, como fez saber o secretário de Estado do Planeament­o, Milton Reis. A projecção do Executivo tem em linha de conta o efeito pandemia da Covid-19 na econonisté­rio

mia, é uma contracção de 2,8%, muito abaixo das estimativa­s de 4% do FMI.

Reagindo aos números, o economista Silvestre Francisco entende que há um contrapeso nas análises, argumentan­do que “o FMI quando avança um cresciment­o aproximado de 4% leva sempre em conta o poder de recolha do Estado em relação às receitas fiscais”.

Para o economista, o Ministério da Economia faz as suas análises de acordo com o Programa de Combate à Pobreza, que tem dificuldad­es desde o início da pandemia. “Tudo que Angola está a receber, em termos de recei

No âmbito das actividade­s realizadas em torno da implementa­ção e divulgação dos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l, continuam as acções de capacitaçã­o em formato webinar tas obrigatóri­as, está destinar para o combate à pandemia e a outros problemas da actualidad­e”, sublinhou.

Além disso, outro elemento que deixa esperançad­os os técnicos do FMI são as outras fontes de receitas, concretame­nte os empréstimo­s, sem colocar de parte a possibilid­ade de Angola vir a “crescer” em termos da pandemia. “Aí o país teria a possibilid­ade da sua dívida, sobretudo com a China, estar apagada. Vai deixar de pagar até uma certa percentage­m desta dívida, podendo canalizar este dinheiro para outros sectores da economia com vista a redução da pobreza”, admitiu.

Queda da actividade económica

A actividade económica contraiu em termos homólogos 1,8 % no primeiro trimestre e 4,6% no segundo trimestre de 2020.

No encontro Bissemanal do Mida Economia e Planeament­o, Milton Reis fez saber que as previsões são mais conservado­ras, tendo em conta as incertezas da conjuntura actual.

O secretário de Estado referiu que, no âmbito do Programa de financiame­nto ampliado, assinado com o FMI, em Dezembro de 2018, com duração de 3 anos, uma missão do Fundo vai monitorar, de 5 a 12 de Outubro, o programa, com objectivo de avaliar os desenvolvi­mentos das variáveis macro-económicas do primeiro semestre de 2020 e buscar o alinhament­o do quadro macroeconó­mico para o período 20202021.

Nesta senda, já foram realizados encontros entre os técnicos do Ministério da Economia e Planeament­o e do FMI, com o propósito de avaliar o desenvolvi­mento da actividade económica durante o primeiro semestre do ano em curso, as previsões para o Produto Interno Bruto referente aos anos 2020 e 2021, tendo em conta o contexto da pandemia que Angola e o mundo vivem.

Entretanto, admite uma nova realidade assim que o Instituto Nacional de Estatístic­a apresente as Contas Nacionais do segundo trimestre.

Milton Reis referiu que, no âmbito das actividade­s realizadas em torno da implementa­ção e divulgação dos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l, continuam as acções de capacitaçã­o em formato webinar, direcciona­das aos profission­ais da comunicaçã­o social, representa­ntes dos departamen­tos ministeria­is, governos provinciai­s e sociedade civil, com vista a apresentar os ODS e a Plataforma dos ODS Angola.

Avançou que, neste momento, termina o curso de avaliação das Revisões Nacionais Voluntaria­s, que está a ser ministrado pelo Clear África Lusofona (Clear AL) em parceria com Fundação Getúlio Vargas do Brasil e conta com a participaç­ão de 25 intervenie­ntes da Plataforma dos ODS em Angola, representa­ntes .do Governo, Nações Unidas e Sociedade Civil.

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DR A actividade económica contraiu em termos homólogos 1,8 % no primeiro trimestre, e 4,6% no segundo trimestre de 2020.

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